Produção industrial avança em MG

9 de novembro de 2019 às 0h13

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O segmento de produtos alimentícios registrou crescimento de 16,1% - CREDITO:ALISSON J. SILVA

A produção industrial de Minas Gerais cresceu 2,4% em setembro, frente ao mês imediatamente anterior. Apesar do resultado positivo, o desempenho da indústria ainda acumula queda de 1,8% frente a setembro de 2018 e de 4,6% no acumulado dos primeiros nove meses do ano, se confrontado com igual período do ano passado.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada na última sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a analista do IBGE, Cláudia Pinelli, o avanço da indústria mineira, 2,4% em setembro, foi importante e superou o índice registrado no País, que foi de apenas 0,3%.

“Embora a indústria tenha registrado retração nos demais períodos de comparação, conseguimos observar, em setembro, sinais positivos de avanço na indústria mineira”, explicou Cláudia Pinelli.

Conforme os dados do IBGE, em setembro, na comparação com igual mês do ano anterior, foi verificada queda de 1,8% na indústria de Minas Gerais. O resultado negativo teve como influência o recuo na indústria extrativa, que caiu 13,4%, seguida pela metalurgia, com retração de 11,7%, fabricação de outros produtos químicos, 9,3%, fabricação de minerais não-metálicos, 3,4%, e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com queda de 9,7%.

No período, alguns setores industriais tiveram resultados positivos, como a fabricação de produtos alimentícios, com alta de 16,1%, fabricação de bebidas, 11,9%, fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, 14,7%, fabricação de máquinas e equipamentos, 10,5% fabricação de produtos do fumo, 10,5%.

No acumulado do ano até setembro, também houve recuo nos resultados da indústria estadual, ao comparar com igual intervalo de 2018, a indústria mineira retraiu 4,6%. Já no País foi verificada alta de 1,1%.

O resultado negativo se deve, principalmente, à queda observada na indústria extrativa (minérios de ferro em brutos ou beneficiados), que caiu 24,6%, impactada pela paralisação parcial da mineração no Estado desde o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocorrida em janeiro. Houve queda de 18,2% na fabricação de outros produtos químicos e de 1% em produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.

Curingas – Os destaques positivos foram fabricação de máquinas e equipamentos, com elevação de 8,4%, seguido pela indústria de bebidas, 7,4%, celulose, papel e produtos de papel, 5,5%, e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com variação positiva de 4,6%.

A analista do IBGE destaca que, apesar do resultado negativo nos últimos 12 meses, período em que a indústria recuou 3,6%, a queda esta menor que a observada nos resultados de agosto, quando no intervalo, a queda estava em 3,8%.

“A redução observada no resultado negativo já é um bom sinal. É um indicativo de que uma recuperação pode estar por vir. Ainda é preciso ter cautela, isso, porque setembro teve dois dias a mais. Precisamos avaliar se são sinais de recuperação ou influencia dos dois dias a mais. Com os resultados de outubro teremos mais certeza”, explicou Cláudia Pinelli.

Nos últimos 12 meses, a indústria extrativa recuou 18,63% no Estado. Também foi verificada queda na fabricação de produtos químicos (13,9%), produtos do fumo (1,4%), e têxteis (0,4%).

Dentre os setores que apresentaram expansão, destaque para a fabricação de máquinas e equipamentos (12,3%), celulose, papel e produtos de papel (5,2%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,4%).

Setor cresce em 10 cidades, SP apura queda

Rio – A indústria registrou taxas positivas em 10 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro, mas São Paulo, estado de maior concentração industrial, registrou resultado negativo.

Segundo informou o IBGE na sexta-feira (8), a queda de 1,4% na indústria paulista foi consequência da pressão da produção de veículos automotores e de alimentos, que tiveram registros negativos no período.

O analista da pesquisa Bernardo Almeida explicou que o setor de veículos tem comportamento volátil e creditou a queda à crise da Argentina – um de nossos principais importadores -, além da cautela nas decisões de consumo das famílias paulistas. Já o recuo nos alimentos em São Paulo foi influenciado pelo açúcar.

“A produção de açúcar está se encaminhando para a entressafra, e parte da produção ter sido destinada para a fabricação de etanol”, disse o analista do IBGE.

Em agosto, São Paulo havia registrado crescimento de 2,6%, influenciado justamente pelo aumento na produção de açúcar, que estava no meio da safra de cana-de-açúcar de 2018 e 2019. Antes, a indústria paulista teve três meses de taxas negativas.

São Paulo não foi o único estado com queda em setembro. O Pará, que havia registrado crescimento de 8,2% em agosto, agora mostrou resultado negativo de 8,3%. Completam a lista Amazonas (-1,6%), Rio de Janeiro (-0,6%) e Goiás (-0,1%).

Por outro lado, Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os principais locais que impulsionaram o crescimento da indústria nacional de 0,3% em setembro.

Minas teve expansão de 2,4%, a mais intensa desde janeiro, no que foi o maior peso no indicador industrial brasileiro de setembro, segundo o analista Bernardo Almeida. “Isso é devido à influência positiva da indústria extrativa, especialmente minério, que representa 18% da indústria do estado”, disse ele.

Já o estado gaúcho registrou 2,9%, por influência da fabricação de móveis, em sua primeira taxa positiva após dois meses negativos. Foi a segunda maior influência da taxa nacional, segundo o IBGE.

Outros locais que mostraram altas foram Bahia (4,3%), região Nordeste (3,3%), Espírito Santo (2,5%), Minas Gerais (2,4%), Pernambuco (2,3%), Santa Catarina (2,1%), Mato Grosso (2%), Paraná (1,3%) e Ceará (0,2%).

Já na comparação com setembro de 2018, o setor industrial nacional cresceu 1,1%, com registros positivos em seis dos 15 locais pesquisados pelo IBGE.

A maior expansão foi no Amazonas (16,7%), devido principalmente ao aumento nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, bebidas, equipamentos de informática, televisores, motocicletas e aparelhos de ar condicionado.
No mesmo período, São Paulo cresceu 3,6%. Paraná (7,4%), Rio de Janeiro (7,0%), Santa Catarina (5,2%) e Goiás (1,6%) completam a lista de registros positivos quando comparados ao mesmo mês do ano passado.

Espírito Santo (-14,1%) e Pernambuco (-7,6%) demonstraram os maiores recuos na comparação com setembro de 2019. (Folhapress)

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