Fundos de ações captaram R$ 38,8 bi no acumulado do ano

7 de setembro de 2019 às 0h05

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Crédito: Amanda Perobelli/Reuters

Os fundos de ações alcançaram captação líquida de R$ 38,8 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que o volume é quase o dobro dos R$ 19,5 bilhões registrados no mesmo período de 2018. Apenas em agosto, os ingressos líquidos desses produtos somaram R$ 7,4 bilhões, maior captação da classe para este ano.

“A grande entrada de recursos nos fundos de ações confirma a tendência de diversificação por parte dos investidores em busca de maior rentabilidade. No ano passado, foram os multimercados que lideraram esse movimento. É um reflexo do cenário de juros baixos, com expectativa de leve redução até o final de 2019, que estimula as pessoas a tomarem mais protagonismo frente às suas aplicações”, explica o vice-presidente da Anbima, Carlos André.

Os aportes totais da indústria de fundos nos primeiros oito meses de 2019, de R$ 172,3 bilhões, seguem acima da média para os últimos cinco anos (de R$ 116,6 bilhões) e superam em 153% o volume registrado no mesmo período de 2018, de R$ 68,2 bilhões.

Em agosto, além da alta nos fundos de ações, os multimercados foram responsáveis pelo ingresso líquido de R$ 6,2 bilhões, seguidos pelas classes de ETFs (Exchange Traded Funds) e de previdência, com R$ 3,4 bilhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente. Os fundos de renda fixa tiveram resgates líquidos de R$ 9,2 bilhões. É a terceira vez no ano em que eles apresentam captação negativa.

Além da captação, as maiores rentabilidades em agosto também ficaram com os fundos de ações. O tipo valor/crescimento (que investe em empresas consideradas subavaliadas no mercado e com potencial de crescimento) teve ganho médio de 3,09%, seguido pelos tipos small caps (formado por ações de empresas com baixa capitalização no mercado) e sustentabilidade/governança (constituído por empresas com bons níveis de governança corporativa e responsabilidade social), com 1,27% e 1,22%, respectivamente.

Na classe de multimercados, os retornos médios foram de 1,50%, 0,73% e 0,62% para os tipos long and short neutro (fazem operações de ativos e derivativos ligados à renda variável), macro (que definem as estratégias de investimento baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos) e trading (realizam operações explorando movimentos de curto prazo nos preços dos ativos de renda fixa, variável, cambiais, etc.).

Gestão de patrimônio – De acordo com a Anbima, os recursos administrados pelas casas de Gestão de Patrimônio atingiram R$ 170,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, contra R$ 148 bilhões em dezembro de 2018 (alta de 15,3%). O segmento atende 9.091 grupos econômicos em todo o País, o que representa avanço de 7,5% sobre o fim do ano passado.

“As casas de gestão de patrimônio prestam um tipo de atendimento mais personalizado. Esse serviço se torna ainda mais relevante em períodos como o atual, em que os juros baixos estimulam a busca dos investidores por alternativas às suas aplicações”, afirma o membro da Comissão Temática de Gestão de Patrimônio da associação, Alexandre Braga.

Entre os produtos financeiros mais utilizados por esse segmento de clientes, os fundos de investimento se destacam. A classe de multimercados apresenta maior fatia, 23% das aplicações totais, seguida pelos fundos de renda fixa, com 19,1%, de ações, com 10,9%, de estruturados, com 6,8% (incluindo fundos de participação e imobiliários), e os fundos em direitos creditórios com 2,8%.

No consolidado geral, os ativos de renda fixa ainda são maioria nas carteiras: somando os fundos dessa categoria com outros produtos (como títulos públicos e debêntures, por exemplo), alcançam 47,8% do total de recursos investidos, com R$ 81,6 bilhões. Os ativos de renda variável (incluindo fundos e aplicações diretas em ações) detêm 20,2%, ou R$ 34,4 bilhões.

Conforme a tendência dos últimos períodos, a região Sudeste permanece concentrando o maior volume de recursos administrados pelas casas de gestão de patrimônio: R$ 144,8 bilhões, o que representa 84,4% do total. Em relação ao número de grupos econômicos, a relação é a mesma: são 7.223, o que equivale a 79,5%. As demais regiões aparecem na seguinte ordem: Sul (R$ 16,6 bilhões e 1.317 clientes atendidos), Nordeste (R$ 5,8 bilhões e 253); Centro-Oeste (R$ 2,7 bilhões e 261); e Norte (R$ 726,5 milhões e 37).

Base de dados – A partir deste ano, a base das estatísticas de gestores de patrimônio da ANBIMA foi ampliada. A partir do novo Código de Administração de Recursos de Terceiros, todas as instituições associadas ou aderentes que prestam esse tipo de serviço devem reportar os seus dados. Para efeito comparativo, os resultados de dezembro de 2018 foram reprocessados. (Da Redação)

Bolsa de valores atinge 103 mil pontos

São Paulo – A bolsa paulista voltou a subir na sexta-feira (6), com o principal índice chegando a superar os 103 mil pontos na máxima, sustentado pela forte alta do setor financeiro, em sessão que também contou com discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell.

O Ibovespa subiu 0,68%, a 102.935,43 pontos. Na semana, o índice avançou 1,78%. O volume financeiro da sessão somou R$ 13,9 bilhões.

O Fed seguirá agindo “conforme apropriado” para sustentar a expansão econômica da maior economia do mundo, disse o chairman Jerome Powell na sexta-feira (6), repetindo promessa que os mercados financeiros enxergam como a sinalização de uma redução adicional na taxa de juros.

No que provavelmente serão os últimos comentários públicos do banqueiro central dos EUA antes da reunião do Fed deste mês, Powell disse que as autoridades estarão observando de perto os riscos geopolíticos, as condições financeiras e outros dados econômicos a caminho enquanto avaliam o que fazer.

Agentes do mercado também reagiram aos dados do Departamento de Trabalho dos EUA mostrando a criação de 130 mil postos de trabalho na folha de pagamento não agrícola em agosto, aquém das expectativas no mercado, e taxa de desemprego em 3,7%, enquanto o salário médio por hora trabalhada subiu 0,4%.

Também repercutiu decisão do banco central da China de reduzir o volume de dinheiro que bancos devem reter em reservas, liberando 900 bilhões de iuanes (US$ 126,35 bilhões) em liquidez para dar fôlego à economia.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou com avanço de 0,09%, após ter alternado alta e baixa ao longo da sessão.

Para analistas da XP Investimentos, indicadores econômicos divulgados na semana mostraram que os cenários doméstico e internacional seguem mistos.

Dólar – O dólar encerrou em queda contra o real, marcando sua primeira queda semanal em quase dois meses, em dia de maior ânimo nos mercados por expectativas de corte de juros nos Estados Unidos.

O dólar à vista teve queda de 1,783%, a R$ 4,1051 na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 1,512%, primeira desvalorização semanal desde 12 de julho, quando registrou variação negativa de 2,113%.

Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da CM Capital Markets, a queda do dólar foi influenciada por um clima de menor aversão ao risco no exterior diante da ratificação das apostas de cortes de juros nos EUA após a divulgação de dados do mercado de trabalho e da fala do chairman do Fed.

“A ausência de notícias negativas já é um sinalizador positivo, e o mercado encontra espaço para se recuperar. O caso é que estamos muito vulneráveis ao cenário externo. Hoje, o movimento é esse, mas na semana que vem tudo pode mudar.”

Moedas emergentes pares do real, como rand sul-africano e o peso mexicano, também se valorizavam frente ao dólar. Contra uma cesta de moedas, a moeda norte-americana tinha leve alta de 0,02%, a 98,434. (Reuters)

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