Inquérito de impeachment de Trump entra em nova fase

13 de novembro de 2019 às 15h46

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Equipes de TV posicionadas para audiências do inquérito de impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump, no Congresso | Crédito: REUTERS/Jonathan Ernst

Washington – Parlamentares democratas e republicanos dos Estados Unidos apresentaram narrativas conflitantes nesta quarta-feira (13) quando o inquérito de impeachment que ameaça a Presidência turbulenta de Donald Trump entrou em uma nova fase crucial em sua primeira audiência pública.

Os democratas, que comandam a investigação da Câmara dos Deputados, convocaram três diplomatas para que detalhem seus temores nesta semana diante da intensa cobertura midiática. Todos eles expressaram alarme a respeito das tratativas de Trump com a Ucrânia em depoimentos a portas fechadas.

As audiências desta semana, nas quais os norte-americanos ouvirão diretamente e pela primeira vez pessoas envolvidas em acontecimentos que desencadearam o inquérito parlamentar, podem abrir caminho para a Câmara de maioria democrata aprovar artigos de impeachment, ou acusações formais, contra Trump.

Se isso ocorrer, o Senado realizará um julgamento com base nas acusações, mas até agora os republicanos que o comandam mostraram pouco apoio à ideia de retirar Trump do posto.

Sob os olhares de uma plateia televisiva potencial de dezenas de milhões de espectadores, o deputado democrata Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, iniciou a sessão histórica, o primeiro espetáculo de impeachment em duas décadas.

As acusações de abuso de poder lançadas por Schiff contra Trump levaram o republicano mais graduado do comitê, Devin Nunes, a refutar com firmeza uma cumplicidade do presidente republicano com uma saga na qual se questiona se o presidente e seus assessores pressionaram indevidamente a Ucrânia a descobrir podres de um rival político para seu próprio benefício político.

As duas testemunhas desta quarta-feira, William Taylor, o principal diplomata dos Estados Unidos na Ucrânia, e George Kent, vice-secretário-assistente de Estado para assuntos da Europa e da Eurásia, iniciaram seus depoimentos com declarações que ecoaram seus testemunhos anteriores a portas fechadas a respeito de seu alarme diante dos esforços para induzir Kiev a abrir uma investigação sobre o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos mais bem cotados para conquistar a indicação democrata para a eleição de 2020.

“As perguntas apresentadas por este inquérito de impeachment são se o presidente Trump tentou explorar a vulnerabilidade desse aliado e convidar uma interferência da Ucrânia em nossa eleições”, disse Schiff em sua declaração inicial.

“Nossa resposta a estas perguntas afetará não somente o futuro desta Presidência, mas o futuro da Presidência em si e o tipo de conduta ou má conduta que o povo norte-americano pode esperar de seu comandante-em-chefe”, disse Schiff.

Trump negou qualquer irregularidade, ridicularizou algumas autoridades antigas e atuais dos EUA que depuseram a comitês e rotulou o inquérito como uma caça às bruxas que visa prejudicar suas chances de se reeleger.

(Reuters)

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