Artistas e intelectuais são satirizados por general

28 de setembro de 2018 às 0h01

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Brasília – O candidato a vice-presidente da chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), disse à Reuters que artistas e intelectuais do País, alguns dos quais têm se empenhado publicamente em defender o voto contra o presidenciável do PSL, passaram por uma “lavagem cerebral”.

“O que você vê nitidamente é que a nossa classe artística aí, a classe intelectual, esse pessoal passou por um processo de lavagem cerebral que parece que só tem uma visão de mundo para eles. Eu acho que isso está errado”, falou Mourão, por telefone.

Ao ser questionado sobre os movimentos, principalmente em redes sociais, de artistas com representatividade nacional que pregam o voto contra Bolsonaro, o candidato a vice afirmou ainda que a classe artística no País é patrulhada ideologicamente e, se não tomam posição contra o presidenciável do PSL, podem até perder o emprego.

“Olha, os artistas são patrulhados ideologicamente, né? Então, se eles não tomam essa posição, eles perdem até o emprego. Então eu tenho até pena da classe artística, porque parece até que eles pararam de pensar”, disse.

Bolsonaro está hospitalizado se recuperando de um atentado à faca em evento de campanha no dia 6 de setembro.

Mourão citou que algumas das cantoras que andaram tomando posição – que ele destacou que “não sabe nem se é delas mesmo ou se é algo que foi imposto” – estão “começando a tomar aqueles famosos ‘dislikes’ nos Facebooks da vida em uma proporção muito maior”.
Cantoras como Anitta e Daniela Mercury usaram redes sociais para defender o voto contra Bolsonaro, embaladas pela hashtag #EleNão, que tem ganhado a adesão de milhões de brasileiras e brasileiros.

Mulheres – Bolsonaro já deu declarações polêmicas contra mulheres e até responde a dois processos no Supremo Tribunal Federal pelo episódio em que, em 2014, disse que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não mereceria”.
Pesquisas de intenção de voto têm mostrado uma discrepância no voto de Bolsonaro entre o eleitorado masculino e feminino. O candidato do PSL também tem tido forte rejeição entre as mulheres. As mulheres representam a maioria do eleitorado brasileiro, 52,5% do total dos 147,3 milhões de brasileiros aptos a votar.

Mourão negou que as intenções de voto da chapa entre as mulheres se deve às declarações dadas por Bolsonaro e por ele próprio – na semana passada disse que famílias sem pai e avô podem levar ao surgimento de uma “fábrica de elementos desestruturados” que “tendem a ingressar em narcoquadrilhas”.

O candidato a vice citou o fato de que, na pesquisa Ibope para o primeiro turno divulgada na segunda-feira, Bolsonaro e o candidato do PT, Fernando Haddad, empatam em 21% cada um no eleitorado feminino. “Não (pelas declarações), se você vê que está idêntico para os dois. Isso deixa muito claro que as mulheres ainda não tomaram sua decisão, ainda estão por se decidir”, considerou.

O argumento de Mourão não leva em conta que, embora Bolsonaro e Haddad estejam empatados no eleitorado feminino, o candidato do PSL é o que tem a maior diferença entre os votos das mulheres e dos homens entre todos os presidenciáveis.

O petista, por exemplo, tem 22% das preferências no eleitorado masculino e 21% no feminino. Já no caso do capitão da reserva, entre os homens seus votos somam 35%, enquanto entre as mulheres fica apenas com 21%.

Questionado se há um trabalho específico na reta final para o primeiro turno para conquistar o eleitorado feminino, Mourão afirmou que Bolsonaro já vem gravando mensagens veiculados em redes sociais para esse público.

O candidato a vice destacou também que em todos os lugares que têm feito campanha tem “aquela integração das mulheres, todas as mulheres sobem para tirar foto junto, teve muita manifestação nesse sentido”. (Reuters)

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