Biojoias mineiras são destaque na Paris Fashion Week

21 de fevereiro de 2019 às 0h01

A CerraD’ouro, microempresa mineira do segmento de biojoias, vai participar da Tranoi Paris, de 1º a 4 de março, no Museu do Louvre. O evento, que ocorre quatro vezes ao ano durante a Paris Fashion Week, reúne designers, marcas líderes e contemporâneas, em um misto de espaço de negócios e panorama artístico da moda. A empresa é uma entre as seis brasileiras no seleto grupo de expositores da Tranoi. A participação delas foi viabilizada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), com recursos da Apex Brasil, em uma negociação intermediada pelo Sebrae.

O convite para a Tranoi Paris é resultado dos trabalhos de reposicionamento competitivo que envolveram a CerraD’ouro e outras 28 pequenos negócios mineiros do setor de joias e bijuterias nos últimos três anos. “Já marcamos reunião em Paris para participarmos de outra feira de alto luxo, a Coterrier, em Nova Iorque”, conta animada Cláudia Santana Lima, 55 anos. Ela, o marido Euler Vilaça Lima e a filha, Gabriela Lima, comandam a empresa, sediada em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Segundo a empresária, o divisor de águas da CerraD’ouro foi o Projeto Identidade Joias, Bijuterias e Folhados, realizado pelo Sebrae Minas, em parceria com o Sindijoias e Ajomig, e execução do Instituto By Brasil (IBB), por meio do programa de consultoria tecnológica do Sebrae, o Sebraetec. “Nosso produto mudou, ficou mais competitivo”, afirma Cláudia Lima.

Ela conta que as consultorias oferecidas pelo Sebrae lançaram novas possibilidades de negócio para a empresa, a partir de um produto mais sofisticado. As consultorias de branding do projeto completaram a estratégia de revitalização das marcas. “Foram três anos de trabalho focado nas necessidades de cada empresa. Criamos soluções personalizadas, fortalecendo o design e a marca para reposicionar os negócios no mercado interno e externo”, explica a analista do Sebrae Minas Kenia Cardoso.

Com as consultorias do projeto Identidade, a CerraD’Ouro passou a privilegiar os materiais naturais em toda a composição das peças. Frutos, flores, pedras e couro são alguns elementos utilizados nas criações. Cada coleção – já lançaram três e a quarta será apresentada na Tranoi – é desenvolvida a partir de uma ampla pesquisa, o que confere ainda mais originalidade às peças. “Com a orientação que recebemos no projeto, nosso produto ficou mais delicado, com mais cara de joia”, destaca Cláudia Lima.

Visibilidade – Com design e marca repaginados, a CerraD’ouro investiu na divulgação das peças pelas mídias sociais. Não demorou muito para a empresa receber o contato de uma editora da Vogue Londres. “Ela me falou que eles estavam à procura de joias extraordinárias pelo mundo”, conta Cláudia Lima, orgulhosa. De meados do ano passado para cá, as biojoias da CerraD’ouro já entraram em cinco edições da revista.

Em novembro do ano passado, durante o MinasTrend, principal salão de negócios da indústria da moda mineira, os empresários deram mais um importante passo para a internacionalização da marca. Durante o evento, eles fecharam parceria com uma representante de um showroom de Milão.

Com o novo posicionamento da marca, a visibilidade da CerraD’ouro veio como consequência natural, assim como os novos clientes e contatos comerciais. “Nos últimos três anos, a sensação que tenho é que a gente tocou o impossível. Saímos de uma feira na nossa cidade, mudamos nossa forma de trabalho, aumentamos nossa produção e vendas, tudo mudou”, avalia Cláudia Lima.

Com uma produção que gira em torno de 100 a 150 peças por mês, a empresa projeta crescer, no mínimo, 30% este ano. Hoje, 70% das vendas da CerraD’ouro estão concentradas no mercado interno. Grande parte das vendas é feita pelas redes sociais, mas a empresa também tem parcerias com lojistas do Sudeste e Sul do país, além de Portugal e Reino Unido.

“Estamos preparados para atender muito mais. Daqui a quatro anos nossa expectativa é a de produzir 1.000 peças/mês”, adianta a empresária.

História – A CerraD’ouro foi criada há cinco anos, para abrigar um novo projeto de vida da família. Eles começavam a trabalhar com biojoias, uma decisão que se mostrou promissora depois que Claudia e Gabriela participaram do Programa Sebrae de Artesanato (PSA). “Os consultores do Sebrae nos orientaram a trabalhar com um novo produto, que pudesse representar o Brasil no mundo”, conta Cláudia Lima.

Até então, ela e a filha faziam e vendiam, em uma feira em Lagoa Santa, bijuterias e adornos feitos com feltro. Cláudia Lima conta que houve muitos tropeços até conseguirem êxito na produção das biojoias. Hoje, a empresa conta, inclusive, com o selo de sustentabilidade dos produtos e tem processos certificados para exportação.

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