Bitcoin deve recuperar market share em 2019

9 de janeiro de 2019 às 0h01

Aos 10 anos de vida, a criptomoeda deve protagonizar a consolidação do mercado de criptomoedas este ano; além disso, a consultoria prevê acirramento da guerra comercial entre EUA e China, epidemia mundial de ansiedade e crise do crédito nos mercados emergentes, entre outras tendências

O ano que acaba de começar deve ver os Bitcoins ressurgirem com importante valorização e amadurecimento. Esta é uma das previsões do Conselho de Políticas de Negócios Globais (GBPC – Global Business Policy Council) da A.T. Kearney, consultoria de gestão de negócios com mais de 90 anos de trajetória global, que listou as 10 tendências e eventos de destaque em 2019, para os quais as empresas precisam se preparar. “São questões que terão implicações significativas no ambiente de negócios no próximo ano, inclusive para o Brasil”, assegura o sócio da consultoria A.T. Kearney, François Santos.

Em 2018, todas as criptomoedas perderam muito valor, depois da bolha especulativa em 2016 e 2017 – as 10 principais perderam mais de 80%de seu valor conjunto entre janeiro e setembro. A queda se deveu em boa parte a questões ligadas a segurança. O Bitcoin, que em 2016 respondia por 90% de todo o mercado de criptomoedas, viu sua representatividade cair para 33% em fevereiro deste ano.

Aos 10 anos, completados em outubro de 2018, a moeda deve retomar crescimento em 2019, à medida que as altcoins, como são conhecidas as moedas alternativas ao Bitcoin, perdem a confiança dos investidores. A isso pode-se somar uma regulação menos rígida do setor.

Além do protagonismo dos bitcoins na consolidação do mercado de criptomoedas, os eventos previstos pela A.T. Kearney incluem a guerra comercial entre Estados Unidos e China, o relacionamento Xi-Putin, a epidemia global de ansiedade e a crise de crédito dos mercados emergentes.

“As empresas precisam estar preparadas para 2019, que será um ano conturbado”, afirma Santos. Conheça as principais previsões para 2019:

Intensificação da guerra comercial EUA x China – Ao longo de 2018, o presidente norte-americano Donald Trump impôs tarifas às importações da China. Pequim retaliou com a elevação de tarifas aos produtos americanos e criou um ambienta mais restritivo na China. Mais de 50% das empresas nos EUA afirmam estar enfrentando mais burocracia e inspeções pelas autoridades chinesas. Em dezembro as administrações Trump e Xi concordaram com uma trégua temporária, mas que seguramente retomará forças em 2019. Como resultado, as empresas precisam repensar suas estruturas de suprimentos.

Inovações trazidas para amenizar a crise do lixo – Tornou-se impossível ignorar a dificuldade de lidar com o desperdício em 2018. Tanto é que, ao longo do ano, a China e outros países asiáticos impuseram limites à importação de plásticos. Apesar dos esforços, essas proibições ainda são muito pouco para resolver o desafio representado por esse material, bem como os problemas trazidos pelo imenso volume de lixo produzido em todo o mundo. Segundo o Banco Mundial, a produção global de lixo crescerá 70% entre 2016 e 2050. O desperdício de comida representará a maior parcela desse lixo, mas o crescimento do e-commerce tem gerado um aumento exponencial no descarte de papelão e outros materiais utilizados para empacotar mercadorias. Nos países emergentes, cerca de 90% do lixo é descartado ilegalmente ou queimado. O mundo está reconhecendo essa crise e vem promovendo esforços para criar a economia circular, capaz de reduzir, reutilizar e reciclar o lixo de maneira mais eficiente.
Em 2019, devemos ver uma aceleração das iniciativas de inovação para processos de gerenciamento do lixo em todo o mundo.

Regulamentações para o enxofre impactando a indústria do transporte marítimo – A Organização Marítima Internacional (IMO) trabalha em novas regulamentações ligadas ao enxofre que terão implicações significativas sobre a indústria de transporte marítimo – e em 90% do comércio global que depende dele. A partir de janeiro de 2020, por exemplo, entra em vigor uma regulamentação que proíbe o funcionamento de navios que utilizem combustível com 0,5% de enxofre ou mais em sua composição. Os navios podem fazer adaptações para reduzir emissões, mas devido ao alto custo (entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões por navio), atualmente menos de 3% da frota global já realizou esse investimento.

Esse cenário deve levar a um ambiente de transição em 2019, que pode trazer impactos para além da indústria de transporte marítimo. A cada dia que passa, os valores do combustível ganham volatilidade nas refinarias. As empresas de transporte já começam a alertar para a potencial falta de combustível e os gastos adicionais com combustível estimados em US$ 60 bilhões até 2020.

Epidemia global de ansiedade levará a um mercado de novos produtos – Mais de 300 mil pessoas – cerca de 5% da população mundial – sofrem de depressão ou ansiedade, custando cerca de US$ 1 trilhão à economia mundial. Segundo o Gallup 2018 Global Emotions Report, que ouve pessoas de 146 países, o nível de felicidade está em seu nível mais baixo desde que a pesquisa foi criada, em 2006. Para aliviar os efeitos desse cenário, as pessoas estão buscando soluções além de medicamentos. Em 2019, veremos uma proliferação de novos produtos destinados a combater a ansiedade e depressão nas prateleiras, movimentando um mercado multibilionário.

Crise de crédito nos mercados emergentes – Alguns mercados emergentes, como Argentina, Brasil, Paquistão, África do Sul e Rússia passaram por um sério estresse econômico e financeiro como resultado de dívidas externas e desvalorização cambial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) tomou medidas importantes, mas a volatilidade deve continuar em 2019.

Outras previsões incluem da A.T. Kearney incluem:
• Escassez de areia para a indústria da construção;
• Efeitos do relacionamento entre Rússia e China;
• Uma África mais conectada do que nunca;
• Materialização do “Iron Man” real em exoesqueleto.

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