Carne produzida em laboratório pode custar US$ 10 em dois anos

11 de julho de 2019 às 0h05

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A Beyond Meat e a Impossible Foods venderam 100% de sua carne vegetal nos EUA - Crédito: REUTERS

Madri/Zurique – A carne cultivada em laboratório, apresentada ao mundo pela primeira vez há seis anos na forma de um hambúrguer de US$ 280 mil, pode chegar às prateleiras dos supermercados por US$ 10 a unidade dentro de dois anos, disseram empresas europeias.

Consumidores preocupados com a mudança climática, o bem-estar animal e sua própria saúde estão estimulando o interesse pela chamada carne limpa, e o número de novas startups subiu de quatro no final de 2016 para mais de duas dezenas dois anos depois, segundo um estudo de mercado do The Good Food Institute (GFI).

A alternativa de carne de origem vegetal também está crescendo. As ações da fabricante Beyond Meat mais do que triplicaram em valor desde sua oferta pública inicial em maio. A Beyond Meat e a Impossible Foods venderam 100% de sua carne vegetal para varejistas e redes de fast food nos Estados Unidos. No Brasil, grupos como Superbom, Fazenda Futuro e a gigante Seara, da JBS, também investem no segmento.

A carne cultivada a partir de células animais pode ser a próxima no cardápio, porque seus produtores buscam aprovações de reguladores enquanto melhoram tecnologia e reduzem custos.

O cofundador da empresa holandesa Mosa Meat, Mark Post, criou o primeiro hambúrguer de carne cultivada em 2013, a um custo de US$ 280 mil, financiado pelo cofundador do Google, Sergey Brin. No entanto, a Mosa Meat e a espanhola Biotech Meats dizem que os custos de produção caíram drasticamente desde então.

“O hambúrguer era tão caro em 2013, porque na época era uma nova ciência e estávamos produzindo em uma escala muito pequena, uma vez que a produção aumenta, projetamos que o custo para produzir um hambúrguer seria em torno de 9 euros”, disse o porta-voz da Mosa Meat, acrescentando que pode ser ainda mais barato do que um hambúrguer convencional no futuro.

A cofundadora da Biotech, Mercedes Vila, também destacou a importância da passagem da fase de laboratório para a fabril.

“Nosso objetivo é atingir a produção em escala e ter aprovação regulatória até 2021”, disse Vila.

Ela acrescentou que o custo de produzir um quilo de carne cultivada em laboratório é de cerca de 100 euros, significativamente menos do que os US$ 800 citados há um ano pela Future Meat Technologies, uma empresa de biotecnologia israelense que recebeu financiamento da processadora de carne norte-americana Tyson Foods. (Reuters)

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