Cenário eleitoral contém avanço do dólar

20 de julho de 2018 às 0h00

São Paulo – Depois de subir mais de 1% e encostar em R$ 3,90, o dólar perdeu força na reta final do pregão e fechou ontem praticamente estável, com os investidores respirando mais aliviados após notícias de que o blocão, grupo de partidos de centro, estaria pendendo a apoiar o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, nas eleições presidenciais de outubro. Após o fechamento do mercado à vista, o dólar futuro já era negociado em baixa de cerca de 0,40%. O dólar avançou 0,09%, a R$ 3,8448 na venda, depois de marcar a máxima de R$ 3,8936 no dia. “O apoio do centrão, em síntese, dá força para o Alckmin, embora seja preciso ver o quanto isso vai se refletir nas pesquisas”, afirmou o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado. “Alckmin é o que mais agrada ao mercado dentre as escolhas que temos”, acrescentou. Alckmin é visto pelo mercado como um político mais comprometido com o ajuste fiscal. O tucano e interlocutores próximos fizeram uma contraofensiva nos últimos dias para conter o avanço dos acertos do pedetista Ciro Gomes com o blocão e esse grupo de partidos pode até fechar uma aliança formal com o ex-governador de São Paulo, afirmaram à Reuters fontes envolvidas diretamente nas negociações. “Alckmin está na frente agora”, admitiu um presidente de um partido do blocão à Reuters, sob a condição do anonimato, ao ser questionado se a disputa estaria empatada. Pela manhã, o dólar chegou a superar 1% de valorização ante o real, ainda sob influência de declarações otimistas sobre a economia norte-americana do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, que reforçaram as expectativas de investidores sobre a força do dólar a longo prazo e de aumento dos juros. À tarde, no entanto, o dólar perdeu força após o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, dizer que não estava “feliz” com a decisão do Fed de elevar a taxa de juros, já que esses aumentos podem colocar os EUA em “desvantagem”, enquanto o banco central do Japão e o Banco Central Europeu (BCE) mantêm sua política monetária frouxa. O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 9,10 bilhões do total de US$ 14,023 bilhões dos contratos que vencem em agosto. Bolsa – O Ibovespa reverteu as perdas no ajuste de fechamento e encerrou em alta ontem, guiado pela melhora das ações de bancos e da Petrobras, em meio a expectativas relacionadas a potenciais coligações para a corrida presidencial. O principal índice de ações da B3 subiu 0,16%, a 77.486,84 pontos, mudando, nos últimos minutos, o sinal registrado na maior parte do pregão. O volume financeiro na bolsa somou R$ 10,2 bilhões. De acordo com profissionais da área de renda variável, notícias de que o blocão caminhava para apoiar o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, sustentaram a melhora. Na mínima na sessão, o Ibovespa chegou a cair 1,9%, a 75.889,82 pontos. No exterior, o índice acionário norte-americano S&P 500 recuou, após resultados decepcionantes e aumento da tensão comercial diante da possibilidade de a União Europeia retaliar com tarifas sobre bens importados dos EUA.

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