Com peste suína, China deve ampliar importações

11 de setembro de 2018 às 0h05

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Produtores brasileiros, que hoje amargam preços mais baixos e custos mais altos, projetam alta na demanda chinesa - Divulgação

O avanço da peste suína africana na China tem despertado a atenção dos criadores de suínos brasileiros. Com o surto da doença existe a possibilidade de aumento da importação da carne suína. Com status de livre da peste suína africana, o Brasil poderá ser um dos países beneficiados caso ocorra, realmente, o aumento da demanda. A elevação das exportações seria importante para o País e para Minas Gerais, uma vez que o mercado nacional está com oferta alta da proteína, preços não remuneradores e custos de produção subindo.

De acordo com o diretor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Francielmir Machado, o cenário – quando se trata da peste suína africana – é preocupante para todo o mundo, uma vez que a doença se dissemina rapidamente, causando a morte do plantel e prejuízos significativos para o setor produtivo. Por outro lado, pelo fato de os chineses serem os maiores consumidores de carne suína do mundo, qualquer problema pode afetar o abastecimento e fazer com que a demanda pela importação de carne suína seja ampliada, o que favorecerá o Brasil.

“Se realmente tiver perda de plantel e de produtividade, acredito que será uma oportunidade para elevar as exportações brasileiras para o país asiático. Em 2018, tivemos uma evolução nas exportações para a China. De toda a carne suína exportada até o momento, cerca de 25% foi para a China, enquanto em 2017 fechamos em 7%. Esse comércio pode ser ainda mais aquecido. É lógico que, no caso de aumento da demanda, a União Europeia também entrará na jogada, mas acredito que o Brasil tem boas possibilidades tanto para atender à demanda chinesa, quanto a demanda proveniente de outros países”.

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Machado ressalta que a maior comercialização com a China seria importante para reduzir a oferta de carne suína no mercado interno. “As exportações nacionais de carne suína caíram 12% no acumulado do ano até agosto, quando comparado com igual período de 2017, volume que foi destinado ao mercado interno. Com aumento da oferta, os preços recuaram e houve redução da margem para os produtores. A situação foi agravada com a constante alta verificada nos insumos da atividade”, explicou.

Caso as exportações de carne suína pela China sejam ampliadas, Minas Gerais poderá ser um dos estados beneficiados, uma vez que o Estado já exporta para o país asiático. De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, a maior comercialização aconteceria em um momento importante, em que os suinocultores mineiros estão acumulando prejuízos pelos preços baixos praticados.

“Hoje a situação do suinocultor está desfavorável. No Estado, o quilo do suíno vivo é negociado a R$ 3,80, enquanto os custos estão acima de R$ 4,00. Se as exportações para a China forem ampliadas, a situação do mercado interno ficará mais favorável, uma vez que os chineses são os maiores consumidores do mundo”, explicou Cardoso Penna.

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