Café deve ter safra 10% menor em 2019

2 de abril de 2019 às 0h17

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Cooperativa teve desempenho recorde em 2018 com 6,45 mi de sacas - Créditos: Arquivo DC

Embora a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), com sede no Sul de Minas Gerais, esteja otimista com relação ao desempenho em 2019, a cooperativa já espera receber menor volume de café neste exercício. A estimativa é de cerca de 5,8 milhões de sacas contra o recorde de 6,45 milhões de sacas recebidas no decorrer do ano passado.

Caso se confirme, a previsão irá representar uma baixa de aproximadamente 10% entre um exercício e outro. O motivo, segundo o novo presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, está na bienalidade negativa nos cafezais, processo natural em que a planta se recupera do maior direcionamento de energia para a frutificação na safra passada, sobretudo na espécie arábica.

“Em 2018 tivemos uma supersafra e agora teremos a bienalidade. Além disso, nossos resultados possivelmente serão influenciados ainda por dois outros fatores: o clima e a baixa dos preços da commodity no mercado internacional”, revelou.

Em relação ao clima, o presidente explicou que houve alta incidência de insolação no começo do ano, com temperaturas elevadas e seca. Já sobre os preços, ele disse que a cotação da saca está em patamares inferiores ao necessário, por exemplo, para cobrir os custos de produção, na casa dos US$ 360.

“São exemplos de fatores que já estão interferindo nas nossas expectativas, juntamente com a produção já estimada inferior, em virtude da bienalidade negativa nos cafezais”, completou.

No ano passado, a maior cooperativa de café do Brasil exportou 3,92 milhões de sacas de 60 quilos de café, frente a pouco mais de 4 milhões de sacas no ano anterior. As exportações diretas ocorreram para 51 países, enquanto 1,02 milhão de sacas foram destinadas para o mercado interno.

Para Melo, no geral, foi um resultado positivo, diante do contexto naquela ocasião.

“Tivemos números relevantes e já esperávamos resultados daquela ordem. No caso das exportações, houve interferência da greve dos caminhoneiros do ano passado, que atrapalhou a logística levando à retração”, comentou.

Segundo a Cooxupé, o recebimento de café pela cooperativa no ano totalizou um recorde de 6,45 milhões de sacas, contra 5,2 milhões de sacas em 2017.

Ainda conforme a cooperativa, a produção de café arábica em 2018 em sua área de atuação atingiu 8,4 milhões de sacas, consideravelmente acima das 6,68 milhões de sacas de 2017.

Com isso, a Cooxupé reportou um faturamento de R$ 3,793 bilhões em 2018, com sobras de quase R$ 144 milhões, 42% acima do ano anterior, e distribuição de pouco mais de R$ 50 milhões aos cooperados.

A cooperativa mantém mais de 14.500 cooperados, com produção de café arábica nas regiões do Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e Média Mogiana do Estado de São Paulo. Em 2018, a produção dos cooperados na área de ação da cooperativa foi de 8.4 milhões de sacas.

Novo presidente – A cooperativa também anunciou mudanças na diretoria, com um novo presidente executivo, após a realização da Assembleia Geral Ordinária, que elegeu os novos membros para a diretoria dos próximos quatro anos. A presidência passou para Carlos Augusto Rodrigues de Melo, que atuou como vice na gestão anterior, e a vice-presidência por Osvaldo Bachião Filho.

Carlos Alberto Paulino da Costa, que presidiu a cooperativa por quatro mandatos consecutivos, passou a ser membro do Conselho de Administração da Cooxupé, que também foi renovado junto com o Conselho Fiscal, durante a AGO.

Os principais desafios da nova gestão, conforme os eleitos, incluem a continuidade do trabalho que já vem sendo realizado e que consolidou a Cooxupé como uma cooperativa de credibilidade junto ao mercado brasileiro e internacional.

“Nossas expectativas são as mais otimistas e positivas possíveis, mas também sabemos a responsabilidade de assumir a cooperativa num momento como o atual. Não deveremos ter grandes mudanças, afinal, o passado foi muito positivo e o presente não nos inspira grandes alterações”, concluiu.

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