Desmatamento tem queda de 11% no Cerrado brasileiro

12 de dezembro de 2018 às 0h05

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Flor caliandra, que tipicamente cresce no Cerrado brasileiro, é vista rodeada por fumaça após incêndio florestal perto de Brasília 08/09/2011 REUTERS/Ueslei Marcelino

Brasília – O desmatamento do Cerrado brasileiro, bioma que ocupa um quarto do País, recuou 11% e atingiu uma mínima recorde em 2018 quando comparado com o ano anterior, informou o Ministério do Meio Ambiente em um comunicado emitido ontem.


O desmatamento do bioma do Cerrado totalizou 6.657 quilômetros quadrados, uma área maior do que o estado norte-americano do Connecticut.


Foi um pouco menos do que os 6.777 quilômetros quadrados de 2016, a mínima anterior desde que os registros começaram a ser feitos, segundo o ministério.


O dado contrasta com o da floresta Amazônica, que representa 40% do território brasileiro e testemunhou um aumento de 13,7 por cento no desmatamento neste ano, para uma máxima em dez anos.


Ativistas têm expressado temores de que o desmatamento aumente por conta das diretrizes propostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que toma posse em 1º de janeiro, e que prometeu acabar com a atual “indústria da multa” para violações ambientais como o desmatamento.


O número relativo ao Cerrado se baseia na mudança vista no desmatamento entre agosto de 2017 e julho de 2018, o período usado para se medir o desflorestamento anual, tal como registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O comunicado não deu uma explicação para a diminuição do desmatamento no Cerrado.


A vegetação do Cerrado absorve grandes quantidades de dióxido de carbono, o que torna sua preservação crucial para conter as emissões de gases de efeito estufa e refrear o aquecimento global.


Embora o Cerrado não seja tão densamente arborizado quanto a floresta amazônica, suas plantas têm raízes profundas que prendem o carbono no solo e às vezes são classificadas como uma floresta subterrânea.


Ricardo Salles, futuro ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, disse à Reuters na última segunda-feira que Bolsonaro não extirpará os recursos para a proteção ambiental, ao contrário do que temem os ambientalistas. O dinheiro para a proteção ambiental é mal administrado e gasto de forma ineficiente, disse ele, argumentando que é capaz de produzir resultados melhores com o mesmo orçamento.

Acordo de Paris – O futuro ministro do Meio Ambiente afirmou que o Brasil deve permanecer no Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, mas que o mundo também precisa respeitar a autonomia do País para estabelecer suas políticas ambientais.


Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que poderia retirar o Brasil do Acordo de Paris, que estabelece metas de para os países signatários de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.


O presidente eleito, no entanto, tem feito declarações contraditórias sobre suas intenções desde eleito, dizendo que o País pode permanecer no acordo para o clima se forem cumpridas certas condições.


“A minha tendência. é dizer que nós não devemos deixar o acordo. “Mas, por outro lado, isso também não significa que nós devemos aceitar toda e qualquer sanção, restrição e programa de maneira indiscutível. Todos os países têm que respeitar a autonomia brasileira para gerir seu território e decidir suas políticas do meio ambiente internamente”, ponderou Salles.


O Brasil assumiu o compromisso de cortar as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030 como parte do Acordo de Paris, apesar de ainda não ter apresentado um plano completo sobre como atingir essas metas. (Reuters)

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