Distribuidoras terão que explicar a falta de repasses dos cortes de preços da gasolina

28 de novembro de 2018 às 0h01

img
Foto: Freeimages

Rio – As principais distribuidoras de combustíveis no Brasil terão até 15 dias para responder à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre repasses de cortes no preço da gasolina nos postos, que têm ficado inferiores às reduções implementadas pela Petrobras em suas refinarias.

O preço médio da gasolina praticado pela Petrobras nas refinarias acumula queda de quase 20% em novembro, enquanto nos postos a redução medida pela ANP foi de 3,29%, entre o final do mês passado e a última semana.

“Dessa forma, foi observada a redução significativa de preços da gasolina A pela Petrobras, sem que essa decisão tenha chegado ao consumidor final”, disse a ANP.

O pedido, segundo informou a ANP em um comunicado à imprensa, atende à atribuição legal da autarquia de zelar pela proteção do consumidor quanto a preços, qualidade e oferta de produtos.

Em nota, a ANP reiterou que tem adotado várias medidas para dar maior transparência à formação de preços e solicitado informações dos agentes periodicamente. Tal movimento se intensificou após os protestos de caminhoneiros contra a alta dos preços do diesel, no primeiro semestre.

A Petrobras tem informado que o preço de sua gasolina responde por cerca de um terço do valor final nas bombas, sobre o qual recaem tributos, a mistura obrigatória de etanol anidro e a estratégia comercial de distribuidoras e revendedoras, segmentos que podem estar recompondo margens, considerando a defasagem no repasse.

A principal distribuidora de gasolina no Brasil é a BR, controlada pela própria Petrobras, que respondeu por 24,14% de participação nas vendas no primeiro semestre deste ano, segundo dados publicados anteriormente pela ANP.

Em segundo lugar está a Raízen, controlada pela Cosan e pela Shell , com 20,25% no mesmo período, e em terceiro está a Ipiranga, do Grupo Ultra , com 19,34%.
As demais distribuidoras de gasolina no Brasil não responderam por mais de 5% das vendas na primeira metade do ano.

Embora o setor de distribuição seja altamente concentrado em poucas companhias, vem atraindo interesse de multinacionais ultimamente. A francesa Total anunciou na semana passada que concordou em comprar o negócio de distribuição do Grupo Zema no Brasil.

A movimento da Total se seguiu ao de outras empresas multinacionais no setor de combustíveis. A holandesa Vitol adquiriu 50% da empresa de distribuição de combustíveis Rodoil, em outubro, enquanto a suíça Glencore levou 78% da Ale Combustíveis, também neste ano.

Já o setor de postos é mais pulverizado, com milhares de revendas espalhadas pelo Brasil.
Procuradas, BR, Raízen, Ipiranga e a Plural, entidade que representa das distribuidoras de combustíveis no Brasil, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. A Fecombustíveis, que representa os postos, também não comentou de imediato. (Reuters)

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail