[EDITORIAL] Como escolher nossos rumos

24 de janeiro de 2019 às 0h01

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Seria muito esperar que, em apenas um mês, período que está próximo de ser completado, o presidente Jair Bolsonaro tivesse conseguido, pelo menos, imprimir com alguma nitidez as marcas de seu governo, daquilo que pretende fazer, ou mandar fazer, nos próximos quatro anos. A confusão nesse primeiro momento e a consequente falta de definições cruciais devem ser tomadas como naturais e previsíveis. Para chegar a esta conclusão, que pretende ser apenas prática, basta ter em conta o tamanho dos problemas e a proporção das mudanças que estão em curso no espaço político. Quebrar velhos hábitos e vencer fortes resistências não será fácil e não será rápido, realidade que o Palácio do Planalto já parece ter assimilado.

A questão, para a nova administração federal, parece ser menos o que fazer e mais como fazer, tendo em conta, principalmente, as incertezas, que perduram, quanto ao comportamento do Legislativo, por onde passarão, necessariamente, os grandes planos de Bolsonaro e as reformas estruturais, das quais se falam há algumas décadas, que serão as bases verdadeiras da nação que todos desejamos para o futuro. E um futuro o quanto mais próximo possível, tendo em conta que a direção inversa aponta na direção de colapso de consequências por enquanto imprevisíveis, mas com toda certeza indesejáveis.

As estas alturas, com pesquisas indicando que existe no País um clima mais positivo e mais otimista, o que por si só é muito bom, cabe considerar algumas observações oportunas de estudiosos, como aqueles da consultoria Macroplan, divulgados há pouco e partindo do entendimento de que não se pode esperar, num prazo de apenas quatro anos, que um governo consiga superar o passivo de problemas acumulados em décadas. Segundo, entender com bastante clareza o jogo de interesses de três grandes grupos no País: agentes econômicos que demandam equilíbrio fiscal, crescimento sustentável e competitividade; as corporações que reivindicam a manutenção de direitos especiais, privilégios e proteções, e a população que cobra segurança, integridade, políticas e serviços públicos de qualidade e oportunidade de trabalho.

A grande questão, parece, está em encontrar o caminho do equilíbrio, o que pode significar apostar na inserção global da economia, conjugando o atendimento das demandas dos agentes econômicos competitivos com as da população, em detrimento das corporações. O caminho do ajuste fiscal e das reformas, na busca da verdadeira modernidade. Uma terceira hipótese é aquela que os autores chamam de pacto da mediocridade, uma espécie de conciliação ilusória, para durar apenas quatro anos, mantendo-se os entraves ao crescimento mais rápido e sustentável.

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