EDITORIAL | Sem educação não há futuro

21 de maio de 2019 às 0h02

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Guedes informou que o Mdic passará a ser a Secretaria de Competitividade e Produtividade - REUTERS/Adriano Machado

O ministro Paulo Guedes, que tem se destacado na equipe de governo e em suas recentes visitas à Câmara dos Deputados levou considerações sobre as quais é absolutamente imperioso refletir, tem também procurado, realisticamente, refletir sobre as dificuldades que o País enfrenta no plano econômico. E com coragem bastante para declarar, como fez na semana passada, que o País fica muito mal e se não agir, realizando tão rapidamente quanto possível as correções necessárias, poderá, muito brevemente, chegar a uma situação de colapso. A avaliação do ministro da Economia parece tão objetiva quanto realista, reforçando a ideia de que é preciso agir, tratando de cumprir a elementar receita segundo a qual a torneira dos gastos não pode ser maior que a torneira das despesas por muito tempo.

São considerações que nos ocorrem a propósito dos cortes de despesas, ou contingenciamento, que estão sendo ordenados no plano federal e que não parecem obedecer a padrões técnicos e, portanto, aceitáveis. A educação certamente é o melhor exemplo para ilustrar o que pretendemos demonstrar. Todo mundo diz e ninguém discorda que educar é a verdadeira base das transformações duradouras e não são poucos os que ilustram essa fala como o exemplo da bem-sucedida Coreia. Parece que tomamos a direção oposta quando o próprio presidente da República enxerga apenas “idiotas” nos manifestantes, que, contados às centenas de milhares, foram às ruas protestar contra as mudanças pretendidas, ou o ministro da Educação dá claros sinais de que não gosta e não entende dos assuntos de sua pasta, sugerindo ser movido apenas por ressentimentos.

Como nos lembra, muito propriamente, o ministro Paulo Guedes, o dinheiro anda muito curto, reclamando severidade e disciplina. Não será difícil concluir que nas escolas, nos seus três níveis, existem espaços para racionalidade nos gastos, para evitar desperdícios, o que é pertinente mesmo nos tempos de bonança. Cortes ditados pela suspeita de “bagunça” em algumas escolas superiores ou prometidos de forma linear, são pouco inteligentes e nada eficientes. Parece mais ameaças, atitude política e assim foram entendidos pelos manifestantes da última semana com certeza deram um susto em qualquer pessoa capaz de pensar ou recordar fatos da história do País. De tudo o que aconteceu, e lembrando novamente os comentários do ministro Paulo Guedes que abrem esse comentário, sobra a conclusão de que problemas cruciais não estão sendo percebidos como tal.
Afinal, como dizia o cartaz de um manifestante na semana passada, sem investimentos na educação nos sobrará somente a miséria.

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