Emissões globais de gases de efeito estufa batem recorde

28 de novembro de 2018 às 0h05

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(Jose Cruz/Agência Brasil)

Brasília – As emissões de gases de efeito estufa aumentaram no ano passado, depois de três anos de estabilização, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem em Paris. O estudo mostra que as emissões globais atingiram níveis históricos de 53,5 gigatoneladas de gás carbônico equivalente. Os cientistas alertam que, se persistir a tendência atual, até o fim do século, a temperatura global poderá subir pelo menos 3º Celsius (º C).

Diante do crescimento das emissões globais de gás carbônico equivalente em 2017, o relatório projeta que os países devem triplicar os esforços para alcançar a meta de manter o aquecimento global até 2030 abaixo de 2º C ou quintuplicar as ações para limitar o aumento da temperatura abaixo de 1,5° C, conforme prevê o Acordo de Paris. Apenas 57 países, que representam 60% das emissões globais, estão no caminho para atingir a meta em 2030, informa o documento da ONU.

O resultado apresentado ontem pelo Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (UN Environment) leva em consideração as medidas e intenções que os mais de 190 países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima apresentaram voluntariamente nas chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), como resultado do Acordo de Paris, firmado em 2015.

No acordo, cada nação estabeleceu um compromisso diferente de redução das emissões de carbono com metodologias variadas de acordo com sua realidade. No caso do Brasil, a meta ratificada pelo governo, prevê que até 2025 as emissões de gases de efeito estufa sejam reduzidas a 37% em relação a 2005, ano em que o País emitiu aproximadamente 2,1 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2). Para 2030, a meta é que a redução seja de 43%.

Desmatamento – Ao lado de China e Japão, o Brasil é citado no relatório como um dos três países integrantes do G-20 que, seguindo as políticas adotadas atualmente, podem atingir as metas estabelecidas nacionalmente para 2030. A busca da redução do desmatamento ilegal é uma das principais medidas brasileiras para alcançar a meta.

A poucos dias do início da 24ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada de 2 a 14 de dezembro, em Katowice, na Polônia, o relatório da ONU aponta ainda que a lacuna para atingir a meta de mitigação das mudanças climáticas pode ser reduzida com revisão das ações no setor privado e aproveitamento máximo do potencial de inovação e financiamento sustentável.

A organização também conclama representantes de cidades, estados, empresas, investidores, instituições de educação e organizações da sociedade civil para se comprometer com ações climáticas significativas. O relatório também sugere que os governos adotem políticas fiscais de subsídio a alternativas de baixa emissão de carbono e que sobretaxem o uso de combustíveis fósseis para estimular investimentos no setor de energia e reduzir as emissões de carbono. (ABr)

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