Escolas apostam no ensino bilíngue na Capital

26 de janeiro de 2019 às 0h01

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No Colégio Nossa Senhora das Dores serão 200 crianças integradas ao programa bilíngue - Foto: Divulgação

A volta às aulas se aproxima e os alunos se preparam para um novo ano cheio de novidades. Em Belo Horizonte a rede particular inova nas propostas pedagógicas e no treinamento das equipes. O ensino da língua inglesa é um dos pilares dessas inovações.

De acordo com o último censo escolar do Ministério da Educação (MEC), o Brasil tem cerca de 40 mil escolas privadas, o que representa 21% do total. A Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi) estima que, no máximo, 3% dessas particulares (1,2 mil) tenham hoje algum ensino bilíngue. Em países da América do Sul como Argentina, Uruguai e Chile, esse percentual chega a 8%.

O Colégio Nossa Senhora das Dores (CNDS), com unidades nos bairros Floresta e Pompeia, na região Leste, já está se preparando para assumir a responsabilidade de levar para toda a instituição à excelência do ensino de língua estrangeira.

De acordo com a coordenadora da Equipe de Língua Estrangeira do CNSD, Patrícia Corrêa Dias, cerca de 200 crianças da educação infantil serão integradas ao programa bilíngue, que funciona com uma extensão da carga horária da língua inglesa. As crianças terão cinco aulas semanais exclusivamente em inglês, sendo uma por dia, participando de um sistema imersivo.

“Optamos por começar pelas crianças de três anos. Esse programa será estendido ano a ano. Em 2020, será no fundamental. As crianças entre dois e quatro anos têm o cérebro mais aguçado para aprender outros idiomas, com uma plasticidade maior, que pode diminuir com o decorrer dos anos.

Por estes e outros motivos entende-se, atualmente, que ensinar um novo idioma para uma criança nesta faixa etária traz benefícios para toda a vida”, explica Patrícia Dias.

Para implantar o ensino bilíngue, o CNSD buscou um parceiro que tivesse os mesmos princípios que a escola. O escolhido foi a Richmond, um dos principais grupos editoriais na área de didáticos e de literatura geral em países ibero-americanos.

Em agosto de 2018 a escola se debruçou sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – documento normativo para as redes de ensino e suas instituições públicas e privadas, referência obrigatória para elaboração dos currículos escolares e propostas pedagógicas para o ensino infantil e ensino fundamental – para preparar o programa.

“Decidimos trabalhar com a criança imersa no inglês, sendo protagonista no aprendizado, como acontece com o português, que ela aprende gradativamente e diariamente a partir da sua vivência. Adotamos a CLIL (Content and Language Integrated Learning), em que a linguagem é aprendida a partir do conteúdo. Realizamos reuniões com os pais e professores e treinamento com todo o corpo docente e funcionários”, pontua a coordenadora.

A rede Pitágoras, em parceria com o PaRK International School, considerado um dos colégios mais inovadores e respeitados de Portugal, desenvolveu um sistema de ensino bilíngue, ancorado nas habilidades do século XXI, segundo a coordenadora responsável pelo Afther School – ensino integral – do Colégio Pitágoras, Renata Reis. O Programa Bilíngue começou em 2018, para os alunos do ensino integral. O trabalho é desenvolvido por meio de projetos, baseados na crença de que o aluno precisa ser protagonista do próprio processo de aprendizagem.

“Começamos no contraturno do integral. Esse ano atendemos alunos do Fundamental 1 e o programa será estendido a cada ano até toda a escolar se tornar bilíngue. Ele acontece dentro de uma carga horária estendida. As professoras não falam português dentro da sala de aula e o processo de aprendizagem é natural. Essa é uma proposta pedagógica do Pitágoras, então não há cobrança extra na mensalidade”, pontua Renata Reis.

Pública – Enquanto isso, a rede de ensino municipal também se fortalece. Belo Horizonte desponta no anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), como uma das cidades que mais investiu em educação no Brasil, com R$ 1,5 bilhão em 2017, valor 8,9% maior do que os R$ 1,4 bilhão investidos no ano anterior.

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