Fapemig cria mapa virtual para rede básica

2 de abril de 2019 às 0h03

O atual contexto das transformações em curso nas sociedades contemporâneas tem produzido inúmeras mudanças culturais interconectadas.

As mudanças vêm causando impactos de proporções inéditas no campo educacional quanto às possibilidades de promover o desenvolvimento de aprendizagens significativas, capazes de aumentar a conscientização de crianças e adolescentes sobre a preservação do patrimônio cultural e ambiental.

No contexto da pesquisa “Educar pela Cidade: Memória e Patrimônio Cultural e Ambiental”, coordenada pelas professoras e pesquisadoras da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Karla Cunha Pádua e Lana Mara de Castro Siman, apoiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e colaboradores da regional Venda Nova, reuniram elementos do patrimônio e da educação, da memória e do meio ambiente, resultando na criação do mapa virtual educativo, “Trilhas Memórias de Venda Nova-BH”.

De acordo com a pesquisadora e coordenadora do projeto, Karla Cunha Pádua, o guia digital tem a intenção de tornar o ensino escolar mais atrativo e significativo para os alunos, além de contribuir para uma formação cidadã que envolva os alunos com os problemas e as riquezas da sua comunidade e da sua cidade.

“O mapa virtual busca estimular professores e estudantes a percorrer novos caminhos de circulação pela região, viajar pelas camadas do tempo, reconectar com a paisagem e a reativar afetivamente as relações com as pessoas e os lugares de um modo leve e divertido”, explica.

Como instrumento cultural e pedagógico, o mapa virtual “Trilha de Memórias” busca “alimentar a curiosidade e despertar a imaginação dos alunos por meio de atividades pedagógicas, imagens, entrevistas, que podem auxiliar no processo de aprendizagem nas escolas”, complementa Karla Pádua.

O “Trilhas Memórias de Venda Nova-BH” está disponível em CD-room para professores das escolas e outros parceiros de Venda Nova. O guita também está hospedado no portal da Faculdade da Educação, Campus de Belo Horizonte, da Uemg, para os demais interessados e pode ser acessado no link http://www.trilhasdememorias-vendanova.uemg.br.

Eixos de navegação – O mapa virtual é composto por três eixos de navegação: “Cultural, “Ambiental” e “Juventude” e conta com 51 referências culturais definidas pelas novas políticas do patrimônio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nas quais não se leva em consideração apenas o valor histórico e artístico dos bens, mas das representações que configuram uma identidade da região para seus habitantes e que remetem à paisagem, às edificações e aos objetos, aos fazeres e saberes, às crenças e hábitos regionais.

“O guia digital destaca um ambiente constituído por meio de um processo cultural, ou seja, a maneira como determinados sujeitos ocupam esse solo, utilizam e valorizam os recursos existentes, como constroem sua história, como produzem edificações e objetos, conhecimentos, usos e costumes”, observa Karla Pádua.

No “Trilhas Memórias de Venda Nova-BH”, as referências culturais foram construídas integrando, também, o acervo particular da moradora, considerada uma das guardiãs das memórias de Venda Nova, Lúcia César, com documentos valiosos sobre a história dessa regional, sob a guarda do Centro Cultural de Venda Nova (CCVN).

As “trilhas juvenis” reúnem expressões dos jovens de Venda Nova, ligados ao universo musical Hip Hop, que vêm marcando de modo irreverente a história cultural dessa localidade, revelando facetas das culturas contemporâneas.

“No trânsito por este território e nos circuitos próprios de seu tempo, esses jovens nos mostram outros modos de ocupar a cidade, deixando-nos um convite para aprofundar estudos acerca das culturas juvenis, o modo como dialogam com outras memórias do lugar e com a paisagem cultural da cidade”, explica a pesquisadora.

As “trilhas ambientais” convidam a observar a paisagem que entrelaça natureza e cultura. Os dados resultaram da realização de entrevistas, entre 2013 e 2014, com oito proprietários de quintais, chácaras, hortas e responsáveis por programas socioambientais, além de moradores de Venda Nova: Anália Eulália Ferreira (moradora do Jardim Europa); Antônio Alves (86 anos, morador do bairro Piratininga); Cláudia Andrade de Barros (integrante do Centro Regional de Educação Ambiental-VN); Helena Correia da Silva (65 anos, moradora do bairro Céu Azul); Inêz Maria de Assis Carvalho (moradora do bairro Serra Verde); Lúcia César Santos (moradora do Centro); Neidi Tomaz de Souza Santos (72 anos, moradora do bairro Serra Verde) e Nillo Alves Franco (72 anos, morador do bairro Novo Letícia).

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