Farelo e óleo terão entregas mantidas
27 de outubro de 2018 às 0h01
As grandes exportações do grão, no entanto, não impedirão a indústria brasileira de atender os clientes de farelo e óleo de soja – se deixasse de processar certos volumes, poderia sobrar a matéria-prima para exportação.
“Do ponto de vista doméstico, as empresas têm compromissos de entrega de farelo e óleo. E esses compromissos vão ser atendidos”, disse o gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Amaral.
Ele admitiu, contudo, que o processamento poderia ficar um pouco abaixo dos 43,6 milhões de toneladas previstos para 2018, com algumas empresas enviando um pouco mais de soja à exportação.
“Pode baixar um pouco, mas sempre em linha com o compromisso de honrar contratos para abastecer o mercado interno”.
O gerente não quis especular se alguma companhia multinacional poderia atender seus clientes com exportação de farelo de outros países, o que liberaria as empresas para exportar mais soja do Brasil para a China.
Importação – Ele também disse não acreditar que haja importação de farelo de soja fora dos volumes usuais para atender ao mercado brasileiro – nos últimos anos, praticamente não existiram.
“Eu já vi trader comentar sobre isso, eventualmente ter alguma importação de farelo, mas não é usual, 2008 foi o último ano em que importamos mais de 100 mil toneladas de farelo”.
Ainda que alguma colheita da nova safra (2018/19) possa chegar um pouco antes, em dezembro, com um plantio antecipado, Amaral não vê chance de maiores exportações em janeiro.
“A tendência é que janeiro seja um mês de estoque apertado, após estoque de passagem mais baixo. A colheita estará no início”, comentou.
Ele afirmou ainda esperar um “estresse” de mercado em função da baixa disponibilidade de soja esperada para o final do ano, de 1,46 milhão de toneladas, o menor estoque final estimado pela Abiove em pelo menos dez anos.
Os preços internos, que se aproximaram de R$ 100 por saca em setembro, agora estão menos pressionados, a R$ 88, após o dólar ter recuado, aponta um indicador do Cepea, da USP. (Reuters)