Parque industrial estima crescimento de 5,1% em 2019

22 de dezembro de 2018 às 0h15

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O segmento automotivo é uma das apostas da Fiemg para voltar a aquecer a economia mineira - Foto: Alisson J. Silva

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) avaliou 2018 como um ano abaixo das expectativas, devido a fatores como a greve dos caminhoneiros e as eleições presidenciais. Neste ano, a produção da indústria mineira deve cair 1,2%. Por outro lado, as projeções da entidade para 2019 são positivas e apontam para um crescimento de 5,1% na produção do parque mineiro. A recuperação de importantes segmentos, como o minero-metalúrgico, automotivo, máquinas e equipamentos e construção civil é a base do otimismo para o próximo ano.

“Foi um ano difícil, com muitos impactos negativos, como a greve dos caminhoneiros, o problema eleitoral, que gerou uma incerteza adicional, além de todo o clima de instabilidade do País. Temos boas expectativas para 2019, devemos ter um crescimento mais vigoroso e entendemos que várias reformas estruturais que venham a ser implementadas, principalmente no Estado, possam dinamizar mais ainda a indústria mineira e a economia estadual”, analisou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.

Para o representante do parque produtivo de Minas, o ponto mais relevante em 2018, no aspecto negativo, foi a greve dos caminhoneiros, que, segundo Roscoe, provocou uma inflexão na curva de desempenho do setor e fez com que o crescimento fosse prejudicado no Brasil e no Estado. “Não vejo isso se repetindo em 2019”, frisou.

Para 2019, entretanto, Roscoe acredita na retomada de investimentos pelo setor, apesar de defender reformas, em âmbito estadual, que melhorem o ambiente de negócios. Em contraponto, o presidente da Fiemg criticou a morosidade e o grau de exigência da legislação ambiental do Estado, que, conforme ele, é o principal motivo para afastar o investidor industrial de Minas.

“Se tivermos mudanças na legislação ambiental do Estado que permitam que as empresas se instalem em Minas de maneira mais rápida, podemos voltar a atrair investimentos, porque Minas perdeu essa capacidade não somente devido a questões tributárias, mas principalmente devido a esta questão ambiental. Hoje, temos vários parâmetros que estão entre os mais restritivos do Brasil e isso merece mudar”, detalhou Roscoe.

Ainda assim, o industrial admitiu que houve uma evolução no processo de licenciamento ambiental no que se refere à agilização de prazos. “O governo (de Minas) fez ações para melhorar o prazo e deve continuar fazendo para reduzir a fila dos empreendedores que querem investir em Minas. Porém, também temos que mexer em alguns parâmetros, que estão entre os mais rigorosos do mundo e isso afugenta investidores e prejudica o

crescimento da economia mineira”, ponderou.
Roscoe ressaltou ainda que a projeção de retomada de importantes segmentos da indústria mineira, entre eles o parque automotivo, os fabricantes de máquinas e equipamentos, a construção civil e, principalmente, o setor minero-metalúrgico, será importante para ajudar a indústria de Minas a crescer em 2019.

“Um ponto positivo para 2019 é a retomada do setor minero-metalúrgico, que para Minas tem peso relevante. Devemos ter um câmbio ainda favorável às exportações (em 2019), o que deve contribuir com o crescimento do segmento e de todo o parque mineiro”, disse.

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Crítica – Sobre a afirmação do ministro da economia do novo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, de que “vai passar o facão no Sistema S”, Roscoe foi enfático. “Sabemos que haverá redução de custos, mas fico triste quando isso atinge o Brasil que dá certo, que é justamente o Sistema S, gerido por empresários, e que tem produtividade melhor do que os índices de produtividade do setor público”, afirmou.

Para Roscoe, o ministro deveria se preocupar primeiro em “tratar os problemas do governo, mais graves e mais crônicos”. “Temos que atacar os problemas estruturais do Brasil, e a ineficiência não está na classe empresarial”, reforçou. De acordo com o presidente da Fiemg, o Sistema S da indústria mineira forma cerca de 160 mil alunos por ano e, se o corte de orçamento do sistema for de 30%, como sinalizado por Guedes, os cortes também serão da ordem de 30%.

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