Guerra comercial impacta compra de grãos

24 de outubro de 2018 às 0h04

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CRÉDITO: ARQUIVO

Pequim – As importações chinesas de grãos, como sorgo, despencaram em setembro, ante o ano anterior, mostraram dados da alfândega ontem, atingidas pela escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos e pelos altos preços em outros países.

As importações de sorgo, largamente usado na China para alimentar o rebanho do país, caíram 76,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 90 mil toneladas, segundo os dados, arrastados pelas tarifas chinesas sobre as commodities do principal fornecedor, os Estados Unidos.

Apesar da queda, as importações de sorgo foram maiores do que o esperado, disse o consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone em Xangai, Darin Friedrichs. “É definitivamente mais alto do que o esperado, dada a dependência da China dos EUA”, disse ele. A Austrália provavelmente forneceu todas as importações de sorgo do mês passado, acrescentou ele.

As importações de milho para o mês chegaram a 40 mil toneladas, queda de 83,4% no ano e o menor volume desde novembro de 2016, mostraram os dados.

“Os compradores chineses compraram muito milho nos primeiros meses do ano e usaram grande parte de sua cota de importação em meio à alta dos preços domésticos do milho”, explicou o analista da Shanghai JC Intelligence, Cherry Zhang.

“Quanto ao sorgo e cevada, os preços globais não eram muito atraentes, o que reduziu as compras”, completou Zhang. As importações de cevada caíram 27,1%, para 680 mil toneladas, segundo os dados.

Suínos – Enquanto isso, as importações de suínos subiram em relação ao mês anterior, para 94.317 toneladas, avançando 8,4% no ano.

Isso acontece quando a China luta para conter a peste suína africana, uma doença altamente contagiosa, sem cura ou vacina. O país relatou mais de 40 surtos desde agosto e abateu cerca de 200.000 porcos.

A China trouxe 923.053 toneladas de carne suína nos primeiros nove meses do ano, em níveis equivalentes aos do ano passado, de acordo com os dados. “Se a doença continuar se espalhando, as importações de suínos deverão subir ainda mais no próximo ano”, afirmou Alice Xuan, analista da Shanghai JC Intelligence Co. Ltd.

As importações de açúcar subiram 16,1%, para 190 mil toneladas em setembro. (Reuters)

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