Inovação no mercado imobiliário

23 de maio de 2019 às 0h01

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Crédito: CHARLES SILVA DUARTE/Arquivo dc

Cássia Ximenes *

Tanto vem se falando em inovação que o assunto já está quase velho… Só que não. Essa é uma pauta que deve ser constante no dia a dia das empresas que desejam se manter ou sobressair no mercado imobiliário. Ou incorporamos as boas práticas trazidas pela onda da revolução 4.0, pela mudança comportamental e até de linguagem ou simplesmente sucumbiremos.

Os novos entrantes do mercado imobiliário perceberam que o setor é promissor e que estamos iniciando um novo ciclo virtuoso, do qual vale a pena participar, estar e ser mercado, investir, reinvestir com foco no bom atendimento ao cliente. E eles chegaram chegando… com garra, determinação, energia e grandes aportes financeiros para colocar a tecnologia de ponta nos seus negócios. Trouxeram novas ideias e “mexeram no nosso queijo”! E não têm receio de gritar seus feitos aos quatro ventos! O marketing é forte e tem verba e criatividade de sobra!

Além das muitas ferramentas criadas e adaptadas pelos setores de TI, as startups também trouxeram novos conceitos de RH, comunicação e atendimento ao cliente. Estão acertando em muitos pontos, fazendo com que as empresas tradicionais repensem seus negócios, redirecionem seus projetos e até deem mais atenção ao setor de locação, que, por muito tempo, foi deixado de lado por muitas imobiliárias. As incorporadoras sequer tratavam do assunto e hoje desenvolvem projetos e departamentos totalmente voltados para a locação e administração dos imóveis próprios e de terceiros. Sem a experiência das empresas que há anos atuam nesse nicho, as novatas, às vezes, tropeçam, erram, corrigem e seguem em frente! O site “Reclame Aqui” que o diga! Estamos aprendendo uns com os outros e quem sai ganhando é o consumidor final.

Há muitos anos, escuto que o cliente é o rei e é assim que deve ser tratado. Por muito tempo, incorporei essa frase como verdade e repliquei junto às equipes, exigindo o tapete vermelho para quando chegassem à empresa. Hoje, vejo que temos que nos adaptar às novas coroas, cedros e tronos. E a realidade é que poucos querem ir até as sedes físicas das empresas… O tapete vermelho agora precisa ser trocado por um tapete virtual e mágico, que atenda a todos os seus desejos! Equipes viraram times e vestem as camisas de suas empresas e torcem para que ganhem cliente a cliente.

Precisam ser gênios, precisam entender o que o consumidor realmente quer para conquistá-lo e fidelizá-lo! E o que ele mais quer hoje é a única coisa que ninguém consegue comprar em nenhum marketplace. Ele quer o mais precioso de todos os bens: tempo!

Agilidade passou a ser a base dos relacionamentos entre empresa e consumidor. O cliente quer que seu tempo seja otimizado. As burocracias deram lugar aos apps. E tudo precisa ser dito e mostrado em cada anúncio, que só atrai público se incluírem, claramente, a localização, os valores de aluguel, IPTU e condomínio, de preferência cobrados juntos em um único boleto para facilitar a vida do novo inquilino. Os antigos fiadores vão, aos poucos, cedendo lugar aos seguros e títulos de capitalização; os contratos agora podem ser assinados eletronicamente, facilitando a vida dos envolvidos. Além disso, algumas incorporadoras já entregam os imóveis mobiliados e com serviços compartilhados, como limpeza, internet e até veículos.

Mas o tempo não para… As startups de ontem são hoje empresas tradicionais, que já têm que lidar com novas ameaças de novas empresas, que amanhã já estarão também rotuladas de “dinossauros”. As empresas ditas tradicionais não podem se deixar enrugar ou se intimidar pelas novatas. Temos que nos orgulhar da nossa história e nos adaptar aos novos tempos. Temos experiência suficiente para usar de resiliência e discernimento para  aproveitar o que de bom essas novas plataformas nos apresentam, além de descartar aquilo que não nos serve: sejam processos, conceitos ou preconceitos.

Até a legislação em vigor está sendo afetada e sofrendo pressão para ser mudada. É importante que nossos representantes percebam e ajam para respaldar as novas relações comerciais. Afinal, as leis existem para regular e atender as demandas da sociedade no que ela precisa e, pra isso, precisam ser adaptadas sempre que necessário — e não o contrário. 

A economia colaborativa é uma ótima opção para o enfrentamento de tantas exigências. A troca de expertises, conhecimento e força laboral compartilhada faz a diferença. A hora é de inovar, de realinhar o mindset dos empresários com as necessidades do nosso admirável mundo novo, porque o mundo não para! E a experiência só se ganha com o próprio tempo.

*Jornalista, especialista em negócios imobiliários, empresária e presidente da CMI/Secovi-MG

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