Juiz de Fora busca inclusão digital de distritos
1 de novembro de 2018 às 0h06
A Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata, acaba de sancionar lei criando cinco novos distritos. A medida foi tomada, principalmente, para que tais localidades fossem incluídas no Minas Comunica, programa do governo do Estado que garante acesso à telefonia móvel e internet 3G. Entretanto, tal benefício está indefinido. Isso porque a criação dos novos distritos não foi feita a tempo de cumprir os prazos do Minas Comunica II e, como haverá troca do governo do Estado, a continuidade da fase III do programa é incerta.
Vereador de Juiz de Fora, Marlon Siqueira (MDB), presidente da Comissão Especial de Telefonia, informou que, mesmo frente à indefinição, já entregou à equipe do governador eleito, Romeu Zema (Novo), documentação comprovando que os novos distritos estão aptos a serem incluídos no Minas Comunica, o que beneficiaria cerca de 10 mil moradores.
De acordo Siqueira, durante o processo de criação dos novos distritos, houve mudança do órgão estadual responsável por fazer o estudo técnico para reclassificar as localidades, o que acabou gerando a demora. Ele informou que outros distritos de Juiz de Fora, que existem há mais tempo, já são beneficiados pelo programa.
Distritos – Foram elevados a distritos os povoados de Caeté de Minas, Humaitá de Minas, Monte Verde de Minas, Penido e Valadares. O texto foi aprovado na Câmara Municipal no final de setembro, sendo que a sanção aconteceu no último dia 25. Segundo a prefeitura, com a medida, as localidades ganham em autonomia e facilidade para captar recursos estaduais e federais.
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) informou que, em sua totalidade, o programa já atendeu 678 distritos em todo o Estado, atingindo uma população aproximada de 1,5 milhão de pessoas. O objetivo é chegar a 692 distritos até o final do ano, com investimento de aproximadamente R$ 115 milhões por meio de crédito tributário à operadora Vivo, vencedora da licitação.
Inclusão – Subsecretário de Tecnologia da Informação da Seplag, José Francisco Seniuk defende a continuidade do programa devido a seu viés de inclusão socioeconômica. Segundo ele, em algumas reuniões regionais que participou, o programa foi considerado até mesmo mais importante que os de saúde, pois, com o celular funcionando, os moradores têm como chamar o médico.
Além disso, o programa abre a possibilidade de moradores desenvolverem seus próprios negócios. “O produtor de mel pode criar um site e aumentar a venda de seu produto”, exemplifica. Outra possibilidade é o incremento do turismo nessas comunidades. Ele ressalta que o programa teve início no governo anterior e continuou na atual gestão.
Seniuk explica que o Minas Comunica III começou a ser discutido e passaria a incluir, além dos distritos, povoados que contam com até 50 padrões da Cemig, o que facilitaria o acesso à internet de comunidades fora das áreas urbanas. A previsão era de que cerca de 120 localidades, incluindo os cinco novos distritos de Juiz de Fora, seriam atendidos pela nova fase do projeto.