Leilão da Eletrobras não deve ter grandes disputas

27 de setembro de 2018 às 0h01

São Paulo – Um leilão em que a estatal Eletrobras oferecerá a investidores hoje diversos lotes de participações em parques eólicos e linhas de transmissão já em operação deve atrair grandes empresas, mas a movimentação nos bastidores sinaliza que o certame não deverá registrar uma disputa intensa, disseram especialistas à Reuters.

A estatal fixou um preço total mínimo de R$ 3,1 bilhões pelo pacote de ativos, que envolve dez lotes de fatias em empreendimentos de transmissão e oito lotes de ações da companhia em usinas eólicas.

Mas a maior parte dos ativos é de participações minoritárias – apenas três deles compreendem uma parcela majoritária dos projetos, o que pode afastar alguns interessados que pretendem ter o controle do negócio em uma aquisição.

“Temos visto um interesse médio. Alguns interessados, mas, acho que, por várias razões, pelo momento atual, e pelas características dos ativos também, a gente não viu uma movimentação tão grande especialmente na licitação de participações minoritárias, não é algo simples”, afirmou à Reuters o sócio de energia do escritório de advogados Mattos Filho, Fabiano Brito.

O sócio da consultoria Thoreos, André Mota, tem visão semelhante – ele explicou que muitas empresas só entrariam em uma aquisição para ter o controle do negócio e que alguns agentes são resistentes a ter como sócias algumas das empresas parceiras da Eletrobras nos projetos à venda.

“Eu acredito que alguns lotes possam não ter tanta competição, mas para cada lote acho que sempre vai ter um ‘player’ com interesse. Talvez tenha um ‘vazio’ (sem lances), mas igual a gente já viu em leilões no passado, de ser um fracasso, vários lotes vazios, isso eu não acredito”, projetou.

Setor atrativo – Para o sócio-fundador do escritório de advogados Souza, Mello e Torres, Luis Semeghini de Souza, o apetite de investidores por negócios em transmissão de energia e geração renovável no Brasil deve ser suficiente para garantir vendas no leilão mesmo em um cenário de incerteza política no País.

“Há uma movimentação compatível com a qualidade dos ativos. Não é uma grande movimentação, não é um interesse extraordinário, seja pelo tipo de ativo que está sendo colocado, seja pelo movimento político. Mas alguém sempre aparece. Transmissão é uma coisa que tem muita demanda, e energia renovável é a energia da vez”, afirmou.

Entre as empresas que são sócias da Eletrobras nos ativos de transmissão colocados à venda estão a Taesa, por exemplo, que já declarou o interesse em exercer seu direito de preferência no leilão, e a Equatorial Energia.

A Equatorial, inclusive, chegou a comprar um dos projetos da Eletrobras antes, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) exigiu que o negócio fosse desfeito e o ativo incluído no leilão. (Reuters)

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