Minas ganha fábrica de embalagens de vidro

19 de junho de 2019 às 0h19

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Unidade da multinacional francesa Verallia, instalada em Jacutinga, é a primeira operação do tipo em Minas Gerais - Crédito: Divulgação

Com investimento aproximado de R$ 290 milhões, a multinacional francesa Verallia, que atua no desenvolvimento e na fabricação de embalagens de vidro para alimentos e bebidas, irá inaugurar unidade em Jacutinga, Sul de Minas, em 4 de julho. A previsão inicial é de geração de 150 empregos. A planta da Verallia, que está em fase operacional de teste, é a primeira do Estado a atuar em grande escala na fabricação de embalagens de vidro. A capacidade de produção é de 1,1 milhão de garrafas/dia.

Gerente de negócios da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), Lucas Freire afirma que a vinda da Verallia para Minas é de fundamental importância pela relevância dos investimentos; geração de emprego e renda; arrecadação e atração de novos clientes e indústrias. Além disso, a indústria tem o potencial de diversificar a atividade econômica de Jacutinga, cidade com vocação para malharias.

Ele explica ainda que a produção de embalagens de vidro era elo de cadeia faltante no Estado, ou seja, Minas não contava com tal atividade. Apenas algumas pequenas empresas atuam no setor, principalmente no Sul de Minas. A produção da Verallia em Minas deve ser direcionada, em parte, a grandes empresas de bebidas, como a Ambev. Também há demanda por parte das cervejarias artesanais.

A nova atividade atende a demanda antiga do segmento de bebidas e deve atrair a Minas outras empresas, que passam a contar com fornecedor das embalagens. Exemplo é a Itaipava, que em março anunciou investimento de R$ 800 milhões em unidade na cidade de Uberaba, no Triângulo, com previsão de início de produção em abril de 2020.

Atualmente, as empresas de bebidas com atuação em Minas têm que comprar as garrafas em outros estados. Dessa forma, o ICMS sobre a embalagem fica no local de origem, impedindo a possibilidade de o governo de Minas conceder o diferimento – que é uma espécie de postergação do imposto – a tais empresas, gerando perdas significativas. Com a compra da garrafa sendo realizada em Minas, pode haver melhora no caixa das empresas do setor e ainda facilidades em termos de logística.

Freire ressalta que há espaço para expansão da produção, pois há demanda por embalagens de vidro no País. Segundo ele, parte da indústria inclusive importa as garrafas.

A principal mercadoria a ser produzida na unidade é a garrafa vidro. A unidade mineira traz o ganho de ter forte apelo ambiental, com parte da produção utilizando vidro reciclado. Esse tipo de produção é mais usado para a garrafa escura, muito utilizada para cerveja.

Mobilização – O Indi foi o responsável por fazer a intermediação entre empresa e órgãos públicos, viabilizando a vinda da Verallia para Minas. A cidade de Jacutinga foi escolhida por atender a requisitos da empresa, principalmente pela localização e por ter sistema de gás canalizado. Uma das demandas da empresa é que o terreno para implantação da indústria estivesse num raio de 300 km do Porto de Santos e de 250 km de Descalvado (SP), onde há extração de areia, insumo para a fabricação de vidro. Outra exigência é a proximidade com São Paulo, devido ao mercado consumidor.

Segundo Freire, houve mobilização do Estado para a vinda da empresa. A Cemig construiu uma rede de 20 km que vai atender a Verallia e a todo o distrito industrial de Jacutinga. A Gasmig fez a ligação do gasoduto de Jacutinga até a empresa. Houve também participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG). O novo complexo está instalado em terreno particular – adquirido pela empresa – localizado atrás do Distrito Industrial de Jacutinga.

Segundo o site da empresa, a Verallia oferece soluções a cerca de 10 mil clientes ao redor do mundo. A companhia está industrialmente presente em 11 países. No Brasil, a Verallia tem quatro fábricas localizadas em Campo Bom (RS), Porto Ferreira (SP) e São Paulo (SP).

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