Gira fecha contrato de cooperação com Embrapa para usar plataforma

29 de maio de 2019 às 0h17

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Zambiazi: passaremos de gestora de crédito para certificadora e concessora de créditos - Crédito: Claudio Gatti

Localizada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a startup Gestão Integrada de Recebíveis do Agronegócio (Gira) vive nova fase de crescimento com reconfiguração de produto e entrada em um novo mercado. A empresa atua na cadeia de crédito do agronegócio por meio de uma plataforma que monitora a lavoura e, na última safra (2018-2019), atingiu a marca de R$ 1 bilhão gerida em operações de crédito. A partir desse ano, a empresa passa a atuar, também, como concessora de crédito.

As mudanças acontecem porque a empresa acaba de fechar um contrato de cooperação técnica com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a utilização da plataforma tecnológica AgroAPI. Essa ferramenta traz uma base de dados sobre produção agrícola no País coletada pela Embrapa nos últimos 40 anos. Como o produto da Gira está baseado justamente na análise da produtividade e dos riscos das lavouras para a operacionalização de crédito, essa plataforma será uma rica fonte de informação.

“A solução da Gira identifica o potencial das áreas de agricultura e faz desde o acompanhamento de risco da lavoura até a instrumentação da operação de crédito. Com a AgroAPI passamos a ter o histórico de produtividade de todas as áreas que a Embrapa já pesquisou. Isso muda a perspectiva do acompanhamento da concessão de crédito: ganhamos capacidade de identificar potencialidades produtivas em um nível que nenhuma operadora crédito possui”, afirma o CEO da Gira, Gianpaolo Zambiazi.

O executivo afirma que parceria traz mais relevância à Gira no mercado e, por isso, a conquista de novos clientes é uma consequência natural. Ele acredita que, com a ferramenta da Embrapa, a empresa aumentará em até três vezes o tamanho da área de plantio monitorada na última safra. Nesse período, que compreende o fim de 2018 e o início de 2019, a empresa gerenciou R$ 1 bilhão em operações de crédito de seus clientes, que são normalmente indústrias químicas e revendas de insumos agrícolas.

O crescente volume de recursos gerenciados permitirá que a startup avance em sua área de atuação e passe a operar, também, como uma fintech. De acordo com o CEO, a empresa vai monetizar as operações de crédito que transitam na plataforma e atuar no campo de funding provider (provedor de financiamento).

“Passaremos da fase de gestora de crédito para a de certificadora e concessora de créditos. Nossa expectativa nessa nova fase é revolucionar o modelo de financiamento da produção agrícola no País, que entendemos ser escalável mundialmente”, ressalta.

BNDES aposta em fintechs – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) selecionou duas fintechs que atuarão em parceria com a instituição para ampliar o acesso ao crédito de micro e pequenas empresas. As paulistas MarketUP e Omie, que oferecem sistemas eficientes para gestão de processos como contas a pagar, controle de estoque, carteira de clientes e fornecedores, relatórios gerenciais e vendas, já estão credenciadas a operar na plataforma on-line Canal MPME, uma linha de comunicação direta do BNDES com micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

As empresas foram finalistas do Desafio BNDES Fintech, concurso promovido pelo aanco em 2018 com o objetivo de fomentar o ecossistema, incentivar o desenvolvimento de soluções para os problemas de acesso ao crédito e ajudar na divulgação e promoção dos produtos e serviços oferecidos pelas fintechs.

Ao todo foram selecionadas 34 empresas, que atenderam a requisitos como integração a plataformas digitais, digitalização de processos, blockchain e facilitação de crédito a MPMEs, entre outros.

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