MPSP ajuíza ação contra Alckmin

6 de setembro de 2018 às 0h05

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Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) ajuizou na noite da última terça-feira (4) uma ação de improbidade administrativa contra o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República. A promotoria diz que há indícios de que o ex-governador de São Paulo aceitou recursos da Odebrecht, por meio de caixa dois, para financiar sua campanha à reeleição, em 2014.

A Promotoria pede a indisponibilidade de mais de R$ 39 milhões para garantir ressarcimento e multa em eventual condenação. Também requer a perda do cargo que o tucano estiver exercendo após uma eventual sentença condenatória.

Segundo o MP, Alckmin recebeu mais de R$ 7,8 milhões da Odebrecht, valores estes não declarados à Justiça Eleitoral: “Aceitando a inescrupulosa oferta da Construtora Odebrecht, no início de 2014, o requerido Marcos Antônio Monteiro, ainda no exercício de função pública, agendou uma reunião com os executivos acima citados da Construtora Norberto Odebrecht na sede de sua filial em São Paulo, na rua Lemos Machado, 120, 8º andar, no bairro do Butantã, onde veio a pedir, em benefício do também requerido Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, uma doação no valor de R$ 10 milhõess, valores estes a não serem contabilizados e declarados à Justiça Eleitoral, entregues por meio do esquema fraudulento de caixa dois”,diz a Promotoria.

O Ministério Público pede que Alckmin seja condenado à suspensão dos direitos políticos, à perda de eventual função pública e à perda dos valores ilicitamente acrescidos a seu patrimônio. Além dele, o ex-secretário de Planejamento de São Paulo Marcos Monteiro, que foi tesoureiro da campanha tucana, também foi denunciado.

Defesa – Alckmin disse ontem à tarde, que não há fato novo na ação ajuizada ontem pelo Ministério Público de São Paulo, que acusa o ex-governador de improbidade administrativa. “Eu não tenho informação, mas quero reiterar aqui que não há nenhum fato novo. É nosso dever sempre prestar contas, transparência absoluta. A única coisa que a gente quer é que a Justiça seja rápida e que isso se esclareça rapidamente”, disse, após participar de encontro na Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar), em Brasília.

Alckmin não comentou também o depoimento de seu advogado, José Eduardo Alckmin, à Procuradoria-Geral da República (PGR), que confirma uma reunião entre o ex-governador e executivos da Odebrecht, em 2010. “Eu não conheço esse depoimento, até porque está em sigilo, não sei como é que a imprensa consegue. Mas eu não tenho acesso”, disse.

Representação – O deputado federal Silvio Torres, tesoureiro do PSDB, disse que o partido estuda entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o promotor de Justiça Ricardo Manuel Castro que na terça-feira, ajuizou ação contra o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato da legenda à Presidência, por suposta improbidade administrativa a partir de repasses de R$ 7,8 milhões da empreiteira Odebrecht para a campanha de 2014.

“Esse comportamento do promotor nos dá motivo para entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público. A denúncia é frágil”, disse Torres. O promotor aponta nove supostas entregas de dinheiro em hotéis de São Paulo para a campanha do tucano em 2014. (AE)

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