Nestlé está na mira do Greenpeace

12 de abril de 2019 às 0h02

Lausanne, Suíça – O grupo ambientalista Greenpeace acusou a gigante suíça de alimentos Nestlé de não fazer o suficiente para reduzir a utilização de plásticos de uso único que estão poluindo a terra e oceanos.

Jennifer Morgan, diretora-executiva do Greenpeace International, afirmou que a Nestlé deveria definir uma meta para redução de embalagens de uso único e investir em alternativas focadas em refil ou reuso.

“A Nestlé é uma importante contribuinte da crise do plástico e do problema ambiental que vivemos agora”, disse Morgan durante o encontro anual da companhia com investidores em Lausanne, onde ativistas do Greenpeace promoveram protesto.

O presidente-executivo da Nestlé, Mark Schneider, afirmou que acredita que focar exclusivamente em embalagens reutilizáveis é errado. “Por que depender de apenas uma alavanca quando você tem quatro ou cinco que pode usar?”, questionou o executivo ao citar a importância de embalagens biodegradáveis e reciclagem

A crescente atenção do público a questões ambientais disparou uma onda de protestos de estudantes pelo mundo, ampliando a pressão sobre legisladores e líderes empresariais.

Coca-Cola, PepsiCo e Nestlé são os maiores produtores de lixo plástico, segundo relatório publicado no ano passado pelo Greenpeace e pelo movimento “Break Free From Plastic”. O estudo analisou 187 mil amostras de lixo coletadas em 42 países.

Duncan Pollard, diretor de sustentabilidade da Nestlé, afirmou que a companhia concorda sobre a necessidade de se reduzir o uso de plástico.

“Mas precisamos ter certeza de que novas soluções de embalagens são seguras e que os consumidores as aceitam”, disse o executivo, acrescentando que é muito cedo para dizer que o uso de plástico atingiu um pico.

A Nestlé afirma que utilizou 1,7 milhão de toneladas de embalagens plásticas no ano passado. O Greenpeace afirma que este volume representou um crescimento de 13%, mas Pollard disse que a Nestlé mudou a maneira como mede o uso de plástico e que o aumento foi de menos de 3%.

No mês passado, o parlamento europeu aprovou lei que proibirá uma série de produtos plásticos de uso único em 2021.

A Nestlé afirmou que vai tornar 100% de suas embalagens recicláveis ou reutilizáveis até 2025 e incentivar o uso de polímeros que podem ser compostados ou biodegradados.

O Greenpeace criticou as promessas da Nestlé, afirmando que a empresa não é transparente, não tem metas claras nem promove investimento significativo.

“Substituição de material é uma solução falsa”, disse Morgan. “Isso apenas vai mudar o impacto para as florestas do mundo ou terras aráveis.”

Pollard afirmou que não compartilha dos receios sobre derrubada de florestas e que a mudança do plástico para o papel pode ajudar a lidar com os efeitos da mudança climática.

A Braskem, maior petroquímica da América Latina e importante produtora de plásticos, ingressou no início do ano no lançamento de uma iniciativa global de combate à poluição causada por plásticos.

O grupo, formado por cerca de 30 empresas, incluindo gigantes de bens de consumo como Procter & Gamble, prometeu investimentos de US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para desenvolver soluções que minimizem os resíduos plásticos e promovam destinos sustentáveis para plásticos usados, gerando uma economia circular. (Reuters)

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