Operação da PF resulta em prisão do vice-governador de Minas
10 de novembro de 2018 às 0h01
São Paulo – A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (9), o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, e o empresário Joesley Batista na Operação Capitu, um desdobramento da Lava Jato. A ação mira em um suposto esquema que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A Operação Capitu teve o apoio da Receita Federal. Foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão e mandados de prisão temporária, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Em nota, a PF informou que participaram da operação 310 policiais federais nos estados de Minas Gerais, São Paulo, do Rio de Janeiro, de Mato Grosso, da Paraíba e no Distrito Federal.
A operação deflagrada na sexta, e que acabou colocando em xeque, na avaliação da PF, a delação de Joesley Batista, apura o repasse de recursos por frigoríficos a representantes do Ministério da Agricultura. Em troca, medidas que beneficiavam o setor eram tomadas, segundo a PF. Há indícios de pagamento, em uma única negociação, de R$ 15 milhões. O valor total em propina chegaria a R$ 30 milhões.
Os recursos, ainda segundo a corporação, teriam sido repassados a políticos do MDB, partido de Andrade. O deputado estadual João Magalhães (MDB), envolvido no caso, teve o mandato suspenso e foi proibido de contatar outros investigados na Capitu. Os recursos eram lavados via escritórios de advocacia e por uma rede de supermercados de Minas Gerais.
Em nota, a defesa do vice-governador Antonio Andrade disse que “haverá manifestação tão logo a defesa tome conhecimento do conteúdo do inquérito. Durante o depoimento, Andrade respondeu tudo o que lhe foi perguntado e colaborou com o trabalho da Polícia Federal”.
O advogado André Callegari afirmou que “Joesley Batista é colaborador da Justiça e tem cumprido à risca essa função. Portanto, causa estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros documentos de corroboração. A prisão é temporária e ele vai prestar todos os esclarecimentos necessários.” (AE)