Os mais pobres são os que mais sofrem

11 de outubro de 2018 às 0h01

Para Debarati Guha, da Universidade de Louvain, os dados publicados, ontem, pelo Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Redução de Riscos de Desastres explicitam a disparidade entre a proteção de ricos e pobres diante de uma nova realidade ambiental. “Aqueles que estão mais sofrendo com as mudanças climáticas são os que menos contribuíram para as emissões de CO2”, disse. “As perdas econômicas sofridas por países de renda média e baixa terão consequências dramáticas para seu futuro desenvolvimento”, declarou.

Segundo ela, ninguém tem hoje um registro exato da dimensão dos custos nos países mais pobres, já que uma parte importante dessas economias está na informalidade. Além disso, poucos ativos nesses locais são segurados e quase ninguém tem seguro de vida.

Para o futuro, ela alerta que os riscos são importantes, principalmente depois que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estimou que o mundo já esteja, em média, aproximadamente 1°C mais quente que antes da Revolução Industrial. E já sinta as consequências desse aquecimento, com a ocorrência de mais eventos extremos (como a onda de calor que se observou este ano no verão europeu e os incêndios nos Estados Unidos), o aumento do nível do mar e o derretimento do gelo do Ártico.

Até o momento não se tem feito muito para conter o aquecimento, e o cenário tende a piorar rapidamente. Se for mantido o ritmo atual de emissões de gases de efeito estufa, o 1,5°C já pode ser alcançado entre 2030 e 2052.

“Nos próximos anos, teremos mais tempestades e enchentes. Se uma ação imediata não for feita, o aumento das perdas será acentuado”, disse. Segundo ela, o mundo não tem mais 20 anos para adotar medidas. “As pessoas vão morrer. Precisamos, portanto, de soluções reais para os próximos cinco ou dez anos”, disse. (AE)

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