Otimismo do empresariado recua

23 de março de 2019 às 0h02

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Crédito: Alisson J. Silva

O chamado período de lua de mel político, caracterizado pela aprovação inicial de um novo governo, começa a dar sinais de desgaste.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado na sexta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), chegou a 60,7 pontos em março, com recuo de 2,8 frente a fevereiro, quando o indicador foi de 63,5 pontos.

Apesar do recuo, o indicador mostra confiança em níveis elevados, com o resultado sendo o melhor para o mês em nove anos. No comparativo março 2019/março 2018 (56,5), o Icei mostrou avanço de 4,2 pontos.

Analista de estudos econômicos da Fiemg, Daniela Muniz informa que esse cenário indica que o empresário industrial aguarda melhoras para o setor ao longo de 2019.

Entretanto, as incertezas políticas, especialmente quanto à aprovação e alcance da reforma da Previdência, e a insatisfação com o ritmo de recuperação da economia interferiram negativamente no otimismo do setor. Os índices variam no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam otimismo.

Os dois componentes do Icei – avaliação das condições atuais e das expectativas para os próximos meses – mostraram recuo. No caso das condições atuais, a retração foi de 1,8 ponto.

Em março, o índice foi de 51,4 pontos, enquanto em fevereiro foi de 53,2 pontos. Em março de 2018, estava em 51,6 pontos.

Na análise de Daniela Muniz, essa retração acontece devido à percepção do empresariado da melhora da economia menos intensa que o esperado. A avaliação da condição atual da economia brasileira ficou em 52,2.

Já a avaliação da economia de Minas ficou em 47,3 pontos, ou seja, mostrou pessimismo. A percepção da situação da própria empresa ficou em 52,7 pontos.

Já no caso das expectativas para o desempenho dos negócios nos próximos meses, o recuo foi de 3 pontos, passando de 68,6 em fevereiro para 65,6 em março. No comparativo com março de 2018 (58,9), houve avanço de 6,7 pontos.

O fato de os índices de expectativa terem recuado reflete incertezas quanto à aprovação das reformas estruturante, principalmente a da Previdência.

“Há dúvidas quanto à aprovação e à abrangência das reformas”, pondera Daniela Muniz. A expectativa quanto à situação da economia brasileira foi de 64,2 pontos; quanto à economia mineira é de 60 pontos e, da própria empresa, de 67,7 pontos.

Porte – Quanto ao porte das empresas, os índices mais elevados registrados em março são referentes às grandes indústrias, com Icei de 62,2 pontos. Em seguida estão as indústrias de médio porte, com índice de 61,1 pontos. As de pequeno porte mostraram indicador de 57,4 pontos.

De acordo com a Fiemg, o Icei nacional caiu 2,6 pontos em relação a fevereiro (64,5 pontos), marcando 61,9 pontos em março. Entretanto, o indicador foi o mais alto para o mês dos últimos nove anos.

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