Projetos fotovoltaicos são grande tendência na construção

11 de abril de 2019 às 0h05

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Em 2018, o País atingiu 500 MW de potência instalada em microgeração e minigeração - Créditos: DIVULGAÇÃO

O aumento do custo da energia elétrica e fatores relacionados à preservação do meio ambiente têm feito com que consumidores e empresários busquem, cada vez mais, alternativas sustentáveis para a geração de energia.

Prova dessa demanda é que, em 2018, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o País atingiu a marca histórica de 500 megawatts (MW) de potência instalada em microgeração e minigeração distribuída de energia solar fotovoltaica.

Esses sistemas permitem a conversão direta da radiação solar em energia elétrica para consumo próprio e o fornecimento do excedente para a rede de distribuição elétrica local.

A Hauz Construções Personalizadas, empresa do Grupo Katz, especializada em obras diferenciadas e sob medida, já percebeu que casas com esse tipo de padrão energético se tornaram uma tendência e tem atendido a essa demanda por energia fotovoltaica instalada.

“Casas e empreendimentos comerciais, que prezam pela economia de energia e, também, pelo reaproveitamento de água da chuva, são buscas recorrentes”, explica o diretor da Hauz, Guilherme Vargas.

Segundo Vargas, a demanda por esse tipo de construção com energia fotovoltaica tem crescido nos últimos anos, principalmente a partir da Resolução Normativa 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que autorizou a geração distribuída, permitindo ao consumidor brasileiro gerar sua própria energia elétrica, a partir de fontes renováveis, e fornecer o excedente para a rede de distribuição local.

O aumento da procura pela tecnologia se justifica pela economia, que ultrapassa 80%, se comparada à energia elétrica, e pelo retorno em sustentabilidade e preservação ambiental, de acordo com a Absolar, instituição que representa empresas da cadeia produtiva do setor fotovoltaico com operações no Brasil.

Ele explica que a instalação do sistema deve ser feita por um especialista e alguns equipamentos diferenciados são necessários, como o painel fotovoltaico, o inversor de frequência, o relógio bidirecional e todos os cabos elétricos utilizados para o funcionamento da tecnologia.

“Cada imóvel possui uma demanda específica de energia. Por isso, a função do inversor é converter a energia gerada nos painéis para ser direcionada à rede de distribuição elétrica local, enquanto um técnico leva em consideração o consumo para dimensionamento do sistema”, explica Vargas.

Se a demanda for superior à máxima capacidade de geração da energia solar, o relógio registrará o consumo a ser pago à concessionária. Sendo inferior, a energia que sobra será “emprestada” à distribuidora local e conta como crédito, podendo ser abatido das contas de energia elétrica.

Apenas durante a noite, pelo fato de não ter geração de energia solar, haverá dependência da energia elétrica paga, fornecida pela rede de distribuição local.

Investimento em tecnologias – Segundo Vargas, as obras personalizadas e de alto padrão, como as sustentáveis, demandam capacitação da mão de obra, ferramentas de gestão modernas e novas tecnologias.

Um dos exemplos dessas tecnologias, utilizadas em todos os projetos do Grupo Katz, é o Building Information Modeling (BIM), método de análise de projetos em formatação 3D, que proporciona alto nível de compatibilidade de todos os projetos (arquitetônico, estrutural, instalações, especiais). É um sistema que está na vanguarda dos projetos de construção.

“O modelo BIM permite, por exemplo, simular a edificação e entender sua estrutura antes do início da construção até a entrega. Pode ser utilizado para visualização tridimensional, para auxiliar nas decisões de projetos e comparar as várias alternativas de design. No caso dos projetos com energia fotovoltaica, as placas são instaladas de acordo com a incidência solar e necessidade de geração de energia e, por meio do BIM, o cliente consegue visualizar, com precisão, onde elas serão posicionadas”, explica.

IoT vai acelerar transição energética

A Minsait, uma empresa Indra, afirma que a Internet das Coisas e análise avançada de dados são tecnologias fundamentais para acelerar a geração distribuída de energia. A companhia trabalha para responder aos desafios do setor e promover a descarbonização e eficiência energética em todo o mundo.

“A prioridade de inovação está relacionada à transformação digital dos principais negócios das empresas de energia, e em particular, ao desenvolvimento de soluções que sejam capazes de trazer na prática os grandes avanços tecnológicos que estão ocorrendo no setor. Algumas delas são armazenamento de energia, geração distribuída, mobilidade elétrica ou gestão de demanda ativa, incluindo o surgimento de tecnologias como a Internet das Coisas ou Big Data”, aponta o diretor de Energia & Utilities da Minsait, Leonardo Benitez.

Como iniciativa prática disso, o executivo destaca o desenvolvimento de uma plataforma de dados aberta baseada na Onesait Platform, a plataforma com capacidades de Big Data e IoT da Minsait, como fundamental para conectar todos os prosumidores (termo que define o consumidor que também produz energia) aos operadores de rede em tempo real, com monitoramento eficaz dos serviços de energia.

Outra iniciativa é a construção e operação de uma microrrede na Universidade de Monash, a maior da Austrália, gerenciada pelo Active Grid Management (AGM), a solução Internet of Things Industrial desenvolvida pela Minsait. Especialistas preveem que em 2020 a universidade já deve gerar 7 gigawatts/hora de eletricidade, o suficiente para abastecer 1.000 lares por um ano inteiro.

“Esse projeto mostra como uma rede alimentada por fontes de energia renováveis e com uma forte penetração de recursos energéticos distribuídos (DERs), como baterias, veículos elétricos ou geração fotovoltaica, pode operar com segurança e eficiência”, disse Benítez.

Como forma de consolidar seus esforços, a companhia faz parte do consórcio Sensible (Storage Enabled SustaInable Energy for BuiLdings and communities), um projeto de inovação que busca integrar diferentes tecnologias de armazenamento de energia a fim de aumentar a autossuficiência, qualidade de fornecimento e estabilidade da rede, para criar modelos de negócios sustentáveis para geração distribuída e armazenamento de energia. Testes realizados registraram economia de cerca de 300 euros por ano por consumidor.

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