Reforma da Previdência é discutida na ACMinas

20 de março de 2019 às 0h01

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Crédito: Reprodução

Professor Adjunto da Fundação Dom Cabral, Ph.D pela Universidade de Illinois e ex-diretor do Banco Mundial e ex-secretário Executivo do Comitê de Desenvolvimento do FMI/Banco Mundial, o economista Carlos Primo Braga afirmou, em conferência com a qual a ACMinas realizou sua primeira reunião plenária de 2019, que se o Brasil não tiver uma reforma da Previdência substantiva haverá, mais cedo ou mais tarde, problemas para manter o sistema.

Segundo Braga, esta reforma, entre tantas outras que são fundamentais para a economia brasileira, é a mais óbvia e a mais premente.

“Hoje, a Previdência já tem um déficit da ordem de 2,5% do PIB, percentual que, se somado ao do regime próprio do funcionalismo público, chega a 4,5%”, afirmou. “É mais da metade do déficit nominal da economia brasileira, uma situação insustentável do ponto de vista macroeconômico.”

Tendências – A dívida pública, para o economista, continuará se expandindo e, em determinado momento, será inevitável que se precise decidir entre aumentar a taxa de juros significativamente ou termos de volta a inflação.

“O cenário internacional também não é favorável”, analisou, “com a economia mundial em desaceleração, o que já está comprovado pela recessão na Itália e pela estagnação da economia alemã, o que leva a economia europeia a um crescimento bem inferior à expectativa que havia ao final do ano passado. E, para complicar ainda mais a situação, há o problema do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, que pode complicar ainda mais a situação na Europa. E, na China, apesar do crescimento de 6%, 6,2%, a tendência é também de desaceleração”

Para Braga, o que realmente importa, no caso brasileiro, são as reformas que precisam ser feitas. “Se forem implementadas, teremos uma mudança na questão de confiança na economia, tanto por parte dos empresários quanto por parte dos consumidores”, previu.

“Já há melhoras desde o final do ano passado, mas isto é típico do período de lua de mel de uma nova administração, e temos efetiva possibilidade de mudanças, desde que se aprovem as reformas estruturais – a tributária, a liberalização comercial, a trabalhista e particularmente a da Previdência – sejam implementadas.”

“Nesse caso”, prosseguiu, haverá sinais positivos para a retomada dos investimentos, o que pode ajudar significativamente o crescimento brasileiro. Neste momento, porém, a tendência é de downgrading, de redução das expectativas de crescimento. Mas ainda estou otimista. Acredito que vamos ver, caso as reformas sejam implementadas, que a economia brasileira crescerá este ano algo entre 2% e 2,5%. O que não é nenhuma maravilha, mas é bem melhor que a trajetória recente”.

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