Shopping centers em Minas apostam no bilionário mercado pet
18 de janeiro de 2019 às 0h05
Aceitar animais em dependências comerciais não é exatamente uma onda nova. Em Belo Horizonte os estabelecimentos pet friendly começaram a surgir há cerca de 15 anos como uma forma simpática de agradar consumidores que não largavam seus bichinhos de estimação em casa. De lá para cá a tendência se fortaleceu impulsionada não só por uma estratégia de Marketing direcionada a um público restrito, mas por um mercado gigantesco, no qual o Brasil é um dos protagonistas. De acordo com o levantamento “Mercado Pet Brasil 2018”, divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil é o quarto maior mercado do mundo em população de animais de estimação e o terceiro em faturamento.
Segundo dados do Instituto Pet Brasil, publicados em outubro de 2018, a acentuada profissionalização do mercado pet do País ajudou o setor a faturar R$ 32,92 bilhões em 2017. De acordo com a entidade, os destaques estão no varejo especializado (pet shops), que representa a maior fatia no desempenho do setor, com resultado de R$ 26,61 bilhões, venda direta de animais pelo criador ao tutor, com R$ 3,39 bilhões; e varejo alimentar (alimentos vendidos em supermercados), com R$ 2,03 bilhões (representa 6,1% do canal de vendas). Entre 2016 e 2017, o setor registrou crescimento em seu faturamento na ordem de 5,8%. Em 2016, o valor foi de R$ 31,11 bilhões.
E não é à toa que os shopping centers estão cada vez mais amigos dos pets. O pioneiro nessa iniciativa é Pátio Savassi (região Centro-Sul), que já começou suas atividades em 2004 com o selo pet friendly. De acordo com o gerente de Marketing do Pátio Savassi, Marcelo Portela, como o mall já nasceu com essa cultura, não foram necessárias adaptações e a maioria dos lojistas – excetuando-se aqueles que por força de lei não podem receber animais em seus espaços, como as lojas que oferecem alimentação, principalmente – recebe os bichinhos e tem ações específicas para eles.
“Já começamos pet friendly, então nunca enfrentamos nenhum problema de convivência com cliente ou lojistas, não há estranhamento. Muitas pessoas escolhem o Pátio também por isso. Muitas lojas têm bebedouros e os vendedores brincam com os animais e muitos até conhecem aqueles mais frequentes pelo nome”, afirma Portela.
Feiras de adoção, trono pet no Natal para foto de toda a família com o Papai Noel e outros eventos e mimos, são comuns no centro de compras. É uma forma de convidar e fomentar a presença de donos e animais.
Se existem donos que tratam os bichos de estimação como filhos e não regulam gastos para atender todas as necessidades e desejos dos bichanos, é certo que existem marcas e produtos prontos para agradar. E assim os malls pet friendly atraem novas operações.
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Consultas – No BH Shopping, também na região Centro-Sul da Capital, que se tornou pet friendly em outubro de 2018, segundo o gerente de Marketing do empreendimento, Renato Tavares, as consultas de marcas de produtos e serviços interessados em atuar dentro do mall já começaram. “Existe uma variedade enorme de produtos e serviços dedicados aos pets e esse é um nicho de mercado importante pra nós. Desde outubro temos recebido muitas consultas de empresários do setor interessados em ter um espaço no BH Shopping e muito em breve essas negociações vão se tornar novos negócios. O dono de pet é um consumidor que prima pelos cuidados com seu animal, de quem cuida como um filho, em muitos casos. Tivemos o nosso primeiro Natal como pet friendly e percebemos as pessoas produzindo seus bichinhos para tirar foto com o Papai Noel e certamente eles tiveram presentes ao pé da árvore de Natal”, destaca Tavares.