Sotran prevê alta de 18%, puxada por dólar e soja

23 de agosto de 2018 às 0h01

São Paulo – A Sotran SA Logística e Transporte, transportadora de grãos da norte-americana Arlon Group no Brasil, espera que seus embarques subam 18% neste ano graças à alta do dólar e à forte demanda chinesa pela soja do País, informou o diretor de Novos Negócios, Rosler Dallamaria.

A briga comercial entre os Estados Unidos e a China sustentou a demanda por contratos de transporte de grãos até setembro, com compradores chineses pagando um prêmio pela soja brasileira, explicou. Isto ajudou a Sotran a manter a meta de crescimento, apesar da interrupção nos transportes causada pela recente greve dos caminhoneiros.

A Sotran tampouco foi afetada pelos novos preços mínimos de fretes impostos pelo governo, que criou uma tabela de referência como uma das medidas para acabar com os protestos de 11 dias em maio, os quais interromperam as entregas de diversos tipos de produtos em supermercados e portos.

A tabela tem sido criticada por setores agrícolas e industriais, que disseram que a mesma aumentaria os custos, ao mesmo tempo que batalhas políticas e legais relacionadas às novas regras dificultariam o fechamento de contratos de transporte.
Mas a Sotran, maior transportadora especializada em commodities agrícolas do Brasil, evitou que a nova política de preços de frete prejudicasse seus negócios no País, o maior exportador mundial de soja.

“Os contratos que existiam antes de o governo estabelecer preços mínimos de frete foram adaptados”, disse Dallamaria, referindo-se às novas regras para o frete com caminhões. A Sotran espera embarcar 13 milhões de toneladas de grãos este ano, ante 11 milhões de toneladas no ano passado.

Os negócios no segundo trimestre ficaram “aquecidos”, disse Dallamaria, acrescentando que a Sotran projeta uma receita de R$ 1,2 bilhão para 2018.
Ainda assim, o poderoso lobby agrícola do Brasil atacou os novos preços de frete, dizendo que seriam uma ameaça ao livre mercado, ao mesmo tempo que tentam revogar as medidas nos tribunais.

A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), cujos membros incluem grandes empresas de grãos como Archer Daniels Midland (ADM) e Cargill, considerou a nova lei “um retrocesso”.

Com efeito, a adoção da tabela tem atrasado a comercialização futura de grãos, o que traz riscos ao negócio da Sotran, disse Dallamaria. A empresa carrega 2.000 caminhões por dia, disse ele.

O Arlon Group, uma empresa de investimentos em alimentos e agricultura, adquiriu o controle da Sotran em novembro de 2016 por uma quantia não revelada. (Reuters)

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