Ajuste fiscal não é suficiente, critica Abimaq

1 de agosto de 2018 às 0h00

São Paulo – O diretor de competitividade da Abimaq, Mário Bernardini, criticou ontem a prioridade dada ao ajuste fiscal por parte dos candidatos à sucessão presidencial. A observação está implícita numa agenda de propostas entregue pela entidade aos presidenciáveis que parte da premissa de que as medidas voltadas ao reequilíbrio das contas públicas, como o enxugamento dos gastos públicos, não garantem sozinhas a retomada do crescimento. “Já tivemos períodos de ajuste fiscal com crescimento pífio. Ele não é garantia de que voltaremos a crescer… Ajuste fiscal é fundamental, mas está longe de ser suficiente”, comentou o executivo da entidade que representa os fabricantes nacionais de máquinas e equipamentos. Por conta da forte diminuição das encomendas de prazo mais longo nos setores de equipamentos de infraestrutura, dependentes de investimentos públicos, a indústria de bens de capital está trabalhando com uma carteira de pedidos para apenas dois meses, o pior nível em uma série histórica iniciada há dez anos. Apesar disso, os resultados de junho, quando o faturamento do setor (R$ 7,12 bilhões) foi o melhor do ano, foram comemorados na apresentação dos números à imprensa. Parte do desempenho se deve ao crescimento de 15,8% das exportações, na comparação com junho de 2017, mas Bernardini minimizou o efeito positivo da desvalorização do real sobre as vendas de produtos ao exterior. “Eu reduziria a importância do câmbio mais favorável. Esse efeito leva um tempo, geralmente um ano, tanto nas importações quanto nas exportações.” O executivo afirmou que o setor exibiu uma recuperação em “V” – ou seja, uma retomada rápida – após a greve dos caminhoneiros. “Caímos menos e tivemos uma recuperação maior do que a indústria em geral”, comentou Bernardini. Segundo ele, a indústria de máquinas, que cresceu 4,2% no primeiro semestre, mostra alguma retomada porque, apesar da insegurança sobre a sucessão presidencial, alguns clientes voltaram a renovar parques produtivos. “Faz cinco anos que não se compra máquina no País e máquina tem vida útil. Cresce porque não há mal que nunca se acabe”.

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