Algoritmos elegiam os currículos dos homens
11 de outubro de 2018 às 0h01
São Francisco, Estados Unidos – O experimento da Amazon aconteceu em um momento crítico para a companhia: desde junho de 2015, o número de funcionários da empresa mais que triplicou, para 575,7 mil pessoas. Por conta disso, a empresa criou em seu centro de engenharia em Edimburgo, na Escócia, uma equipe com objetivo de desenvolver uma tecnologia de inteligência artificial capaz de identificar rapidamente bons candidatos a empregos na gigante de varejo, disseram as fontes.
A equipe criou 500 modelos de computador focados em empregos e localizações específicas. Eles ensinaram cada modelo a reconhecer cerca de 50 mil termos nos currículos dos candidatos. Os algoritmos aprenderam a dar pouca importância para habilidades comuns entre os candidatos a vagas na área de tecnologia da informação, como a capacidade de programar usando múltiplas linguagens, contaram as fontes.
Em vez disso, os algoritmos favoreceram candidatos que se descreveram usando verbos mais comumente encontrados em currículos de homens, como “executado” e “capturado”, revelou uma das fontes.
Outros problemas – A questão de gênero não foi o único problema. Os julgamentos da máquina implicaram que candidatos não qualificados foram recomendados com frequência para todos os tipos de vagas, disseram as fontes. Com o sistema entregando resultados praticamente aleatórios, a Amazon encerrou o projeto, disseram as fontes.
A companhia agora usa uma versão muito mais reduzida do sistema de recrutamento em funções como as que ajudam a identificar perfis duplicados de candidatos, disse uma das fontes. Já outra pessoa com conhecimento do assunto afirmou que uma nova equipe em Ediburgo foi criada para dar uma nova chance à ideia de recrutamento automatizado. Desta vez, o foco é em diversidade. (Reuters)