Aluguel comercial aumenta 1,14% em BH
Flexibilização das medidas de combate à Covid-19 está impulsionando os preços, aponta o Índice FipeZap+
27 de maio de 2022 às 0h26
O ritmo mais agitado das cidades está impulsionando negócios e, concomitantemente, os preços dos aluguéis de salas comerciais. A elevação dos valores praticados está representada no Índice FipeZAP+ de Venda e Locação Comercial. Somente em abril, os aluguéis de salas e conjuntos destinados aos comércios cresceram 1,14% em Belo Horizonte. Nos últimos 12 meses, a variação positiva chegou a 2,47%. Os valores de venda, no entanto, tiveram queda no último mês (-0,28%) e também em todos os últimos 12 meses (-2,67%).
Conforme explica o economista do DataZap, Pedro Tenório, o valor de venda não segue o movimento de alta porque ainda existe, no mercado, uma preocupação em relação às incertezas com a economia e a própria pandemia da Covid-19. Mas é a redução dos casos da doença a responsável pelos preços mais altos de locação, um padrão registrado na maioria das capitais medidas.
“Com a amenização da pandemia, as pessoas voltam à rua, aos comércios, serviços. A redução das medidas de distanciamento social está gerando uma retomada gradual nas atividades e nos empregos. E isso movimenta o varejo. Finalmente, depois de muito tempo, os preços nominais sobem”, aponta o especialista. Tenório acrescenta que a tendência é que, antes de chegar a uma estabilidade, os preços devem subir nos próximos meses, alavancados por esta mesma razão.
IGP-M ou IPCA?
Ainda de acordo com Pedro Tenório, a mudança que pode resultar na correção dos aluguéis seguindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e não o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) será benéfica para os consumidores. Ele lembra que o assunto foi amplamente discutido em 2021 quando o IGP-M chegou a 38%, justamente em um momento em que o emprego e a renda do brasileiro estavam muito fragilizados
“Na verdade, não existe uma boa justificativa para que o IGP-M seja a base do cálculo. Ele tem muitos componentes de cálculo ligados à indústria, ao aço, por exemplo, e ao câmbio. Nesse sentido, a mudança é positiva porque o índice estará mais ligado ao poder de compra do consumidor, o que é mais justo”, avalia Tenório.
Além disso, o economista do DataZap lembra que a adesão a índices regionalizados também pode ser uma saída para equilibrar os preços quando as situações financeiras de estados e municípios apresentarem disparidades que podem influenciar (positiva ou negativamente) os preços.
Nacional
De acordo com a última apuração mensal do Índice FipeZap+, os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² apresentaram ligeira queda em abril de 2022 (-0,10%), enquanto os preços de locação do segmento avançaram 0,86% no período — resultado que corresponde à maior alta mensal desde dezembro de 2013 (+1,06%).
Comparativamente, as variações do Índice FipeZap+ referentes aos preços de venda e locação dos imóveis desse segmento foram inferiores à inflação mensal medida pelo IPCA/IBGE (+1,06%) e IGP-M/FGV (+1,41%).
Considerando as 10 cidades onde o segmento é monitorado, os preços de venda avançaram nominalmente em: Niterói (+1,06%), Curitiba (+0,86%), Florianópolis (+0,60%) e Porto Alegre (+0,38%).