Brasil precisa de R$ 1 trilhão para alcançar objetivos ambientais

O Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, com base nos níveis de 2005, em 37% até 2025 e em 50% até 2030

24 de agosto de 2023 às 16h23

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Crédito: Adobe Stock

São Paulo – O Brasil precisa arrecadar R$ 1 trilhão (US$ 200 bilhões) para alcançar seus objetivos de transição climática até 2030, segundo estimativa da consultoria Oliver Wyman com base em um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

O documento foi apresentado nesta quinta-feira (24), em um evento com líderes empresariais em São Paulo.

O Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, com base nos níveis de 2005, em 37% até 2025 e em 50% até 2030, com o objetivo final de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Segundo o fórum, para alcançar as metas, o Brasil precisa se orientar por cinco eixos: 1) acabar imediatamente com o desmatamento ilegal; 2) criar estratégias nacionais e setoriais de descarbonização 3) estabelecer instrumentos financeiros para a transição; 4) ter apoio político para pautas sustentáveis; 5) qualificar a mão de obra.

A Oliver Wyman aponta que quase dois terços da quantia necessária precisa ser destinado à agropecuária e ao setor energético – este último voltado à criação de parques eólicos e solares, tecnologias de armazenamento de energia, incentivos para geração e distribuição de energia e medidas de eficiência energética.

O restante se divide, principalmente, em investimentos em bioenergia, hidrogênio verde e indústria automobilística.

As estimativas consideram a consolidação das projeções de investimentos relacionados à mitigação climática das principais empresas do país, as perspectivas dos setores econômicos e os atuais planos governamentais.

“Esse dinheiro vai ter que vir do setor privado e público, nacional e internacional”, diz Guilherme Xavier, sócio da Oliver Wyman e líder da área de clima e sustentabilidade da consultoria.

Ele cobra que o governo crie planos econômicos baseados no Green Deal, da União Europeia, e na lei de Redução de Inflação, nome fantasia do pacote verde da gestão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A ajuda governamental para atingir a meta de investimentos seria essencial porque, segundo Xavier, injetar dinheiro nas tecnologias necessárias para atingir as metas é muito arriscado. Não há, porém, uma estimativa do tamanho da fatia que o poder público precisaria assumir.

“Um desafio destacado pelas empresas é que, em vários casos, instrumentos financeiros sustentáveis são menos atrativos em termos de custo de capital comparado aos produtos tradicionais”, aponta o relatório do fórum. “Nenhuma instituição financeira por si só pode viabilizar a solução, e é necessário um ecossistema de financiamento multilateral”, acrescenta.

O fórum defende que os grandes bancos têm um papel fundamental na identificação e mobilização de novas tecnologias e iniciativas.

Parte do R$ 1 trilhão necessário, apontam empresários presentes no evento de apresentação do relatório, poderia vir do lucro dos próprios investimentos verdes. Ou seja, um banco, por exemplo, poderia utilizar o rendimento de um ativo verde para financiar outros empreendimentos sustentável. (Por Pedro Lovisi)

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