Déficit atinge R$ 19,7 bi em agosto

27 de setembro de 2018 às 0h05

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As despesas do governo central avançaram quase 6% no período, enquanto as receitas recuaram 3,1% - Crédito: Pixabay

Brasília – O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, teve déficit primário de R$ 19,733 bilhões em agosto, segundo pior para o mês na série histórica iniciada em 1997, afetado pela elevação de despesas e queda das receitas.

O dado veio pior que o rombo de R$ 11,306 bilhões projetado para o mês por analistas, segundo pesquisa Reuters. E veio a despeito do recebimento em agosto de R$ 7,2 bilhões em concessões, devido à antecipação de pagamentos associados à 15ª rodada de concessão de petróleo e gás.

De um lado, as despesas tiveram alta de 5,9%, em termos reais, a R$ 112,193 bilhões. Segundo o Tesouro, o avanço foi puxado principalmente pela execução de R$ 1,7 bilhão das despesas de financiamento da campanha eleitoral deste ano, fato que não ocorreu em agosto de 2017.

Mas os gastos com pessoal e encargos pessoais também pesaram, com expansão de 4,4%, já descontada a inflação, em um acréscimo de R$ 990,1 milhões sobre agosto do ano passado.

Ao mesmo tempo, a receita líquida teve uma queda real de 3,1%, a R$ 92,459 bilhões, afetada por maior transferência de recursos a Estados e municípios, linha que cresceu 18,9% no período.

“A elevação nas transferências por repartição de receita em comparação a agosto de 2017 é explicada, em grande medida, pela melhora na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, cuja transferência em agosto se refere à arrecadação, em julho, da 1ª cota ou cota única relativa à apuração trimestral, e da participação especial pela exploração de petróleo e gás natural, cujo repasse sazonal aos Estados e municípios ocorre em agosto”, disse o Tesouro, em apresentação.

No mês, o rombo da Previdência foi de R$ 18,017 bilhões, ao passo que Tesouro e BC apresentaram um resultado negativo de R$ 1,716 bilhão.

Nos oito primeiros meses do ano, o déficit do governo central somou R$ 58,557 bilhões, queda de 35,2% sobre igual etapa do ano passado. Em 12 meses, o saldo negativo foi a R$ 97,6 bilhões, ante meta de déficit primário de R$ 159 bilhões para este ano.

Este será o quinto resultado seguido no vermelho do Brasil, em uma mostra do desequilíbrio entre receitas e despesas, quadro agravado pelo crescimento dos gastos obrigatórios, como os previdenciários e os ligados à folha de pagamento do funcionalismo.

Folga na meta – Mesmo assim, o governo tem batido na tecla que cumprirá o objetivo com folga. Na semana passada, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, destacou que o governo agora vê um aumento de R$ 4 bilhões nas receitas esperadas no ano, montante que irá “praticamente para excesso de primário, melhora em relação à meta”.

O secretário também lembrou que o governo central deve se beneficiar ainda de uma economia de R$ 15 bilhões com recursos empoçados até o final do ano. Esse dinheiro já foi liberado para pagamento, mas não foi executado pelas pastas por uma série de amarras e vinculações, mensagem que foi repetida no relatório do Tesouro de ontem.

“Deve-se ressaltar que o possível excesso de resultado primário em relação à meta não diminui o desafio fiscal brasileiro, cuja superação passa, necessariamente, por reformas que estabilizem a dinâmica das despesas obrigatórias e pela geração de um resultado primário positivo que coloque a dívida pública bruta do governo geral em trajetória cadente”, trouxe o texto. (Reuters)

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