Eficiência energética resulta em economia e sustentabilidade para a indústria
Setor industrial responde por 18,13% do total de emissões de gases equivalentes ao dióxido de carbono associadas à matriz energética brasileira
24 de novembro de 2023 às 12h08
Com impactos principalmente para pequenas e médias indústrias, a eficiência energética é considerada fundamental na transição para uma economia de baixo carbono e pode proporcionar uma economia de R$ 10 bilhões para o setor industrial até 2050. As conclusões são de dois estudos divulgados pelo Programa PotencializEE, que mostram ainda as vantagens da eficiência energética para a economia e o meio ambiente.
Os levantamentos foram realizados em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apontam que, atualmente, a indústria é o setor com maior consumo de energia elétrica. No entanto, a participação das indústrias no Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda é relativamente baixa.
As mudanças necessárias no PEE para viabilizar maior participação da indústria no programa foram alvo do primeiro estudo divulgado, que identificou 108 fatores que tornam a iniciativa pouco atrativa para o setor industrial. Para reverter esse cenário, foram consolidadas 43 proposições, divididas em cinco temas, entre elas fontes de financiamento e capacitação de recursos humanos.
Já o segundo levantamento mapeou políticas públicas que podem contribuir para o aumento da eficiência energética da indústria. Foram escolhidas pelos especialistas treinamento e educação; gestão energética industrial; inovação em eficiência energética térmica na indústria e cogeração e recuperação de calor.
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De acordo com as informações publicadas, a implementação dessas políticas públicas resultariam em impactos econômicos, ambientais e sociais, entre eles a economia bilionária pelo setor industrial nas próximas duas décadas.
“Estudos como os apresentados vão nos dando clareza de quais caminhos devemos seguir quando falamos em eficiência energética”, destaca o gerente-executivo de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
A indústria e o consumo energético
Responsável por 32% do consumo energético (térmico e elétrico) do País, o setor industrial responde por 18,13% do total de emissões de gases equivalentes ao dióxido de carbono associadas à matriz energética brasileira. Por isso, o papel da indústria na meta de descarbonização do País é cada vez mais importante.
“Precisamos modernizar os instrumentos de governança da política industrial, de modo a ampliar a competitividade das empresas para o enfrentamento da maior concorrência internacional e, assim, criar as condições necessárias ao desenvolvimento sustentável do país”, ressalta Bomtempo.
Dados da Agência Internacional de Energia apontam que, para alcançar o cenário Net Zero em 2050, as taxas médias de melhoria de eficiência energética nesta década, no mundo, deveriam ser três vezes superiores à média das últimas duas décadas. “É necessário construir um arcabouço regulatório para que este setor invista em medidas de eficiência energética. Daí a importância de apoiarmos a formulação de políticas públicas para incentivar a eficiência energética térmica nas indústrias”, conclui o gerente da CNI.