“Estrada Natural” faz estreia em BH

25 de abril de 2023 às 0h12

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Crédito: Divulgação

Hoje, às 19 horas, o filme “Estrada Natural” estreia em Belo Horizonte, no Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, bairro Santa Tereza). A produção, que tem direção do jornalista Emerson Penha, será exibida em uma sessão comentada, aberta ao público e gratuita. 

“Estrada Natural” é um documentário longa-metragem que conta a história da Estrada de Ferro Baiminas (Bahia e Minas), que ligava Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, até Caravelas (distrito de Ponta de Areia), na Bahia. Era praticamente a única ligação entre os municípios do Vale do Jequitinhonha, carregava pessoas e mercadorias e tudo o que era comercializado entre as cidades, produção agrícola, artesanatos, comércio em geral.

Quando a estrada fechou sem nenhum planejamento ou aviso prévio (como parte de um programa de desenvolvimento do governo militar da época), as pessoas ficaram praticamente sem meio de transporte; as cidades minguaram; seu desenvolvimento foi prejudicado; perderam população, que migrou para Belo Horizonte e até outros locais do Sul e Sudeste do Brasil e até cinemas locais fecharam. As perdas culturais, econômicas e emocionais foram irreparáveis.

A história dessa ferrovia deu origem à música “Ponta de Areia”, de Fernando Brant e Milton Nascimento, porque foi ao fazer uma reportagem sobre a Baiminas como repórter da Revista Cruzeiro que Fernando Brant ficou sabendo da história do arrancamento dos trilhos e se emocionou. Por isso, ele resolveu fazer a letra de Ponta de Areia, em homenagem à Baiminas, e pediu a Milton Nascimento para fazer a música. Assim, Adélia Prado, Milton Nascimento e Fernando Brant dão seus depoimentos sobre a história ao longo do filme sendo, portanto, talvez a última entrevista de Fernando Brant.

O filme também contém depoimentos de pessoas que viveram nas cidades atendidas por essa ferrovia e até de pessoas que trabalharam nela (maquinistas), que foram encontrados pela produção do filme para contar essa história de vida e morte daquele trem de ferro.

“Esse é um longa-metragem sobre o início, o auge e a decadência das ferrovias no Brasil. O filme fala, principalmente, da paixão dos mineiros pelo trem de ferro. Representava o sonho daqueles mineiros de ver o mar, mas foi destruída em 1966 – fechada, teve os trilhos arrancados e os funcionários foram transferidos para outros lugares compulsoriamente semanas depois. 

A marca cultural deixada pela ferrovia, as transformações sociais que se anunciavam e foram abandonadas repentinamente e os sinais indeléveis da estrada, mais de meio século depois de sua erradicação, são tema de reflexão que o documentário traz à tona”, observa Emerson Penha.

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