EUA alivia cotas de importação para países, inclusive o Brasil

31 de agosto de 2018 às 0h05

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No começo do ano, Trump impôs a alguns países tarifas de 25% sobre importações de aço

Washington/Brasília – O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, assinou declarações que permitem o alívio das cotas de importação de aço e alumínio de alguns países, inclusive o Brasil, informou o Departamento de Comércio dos EUA na última quarta-feira (29).

Trump, que impôs tarifas sobre as importações de aço e alumínio em março, assinou declarações que autorizam o alívio das cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e Argentina e do alumínio da Argentina, informou o departamento em comunicado.

“As empresas podem solicitar exclusões de produtos com base na quantidade insuficiente ou na qualidade disponível dos produtores de aço ou alumínio dos EUA”, disse o comunicado. “Nesses casos, uma exclusão da cota pode ser concedida e nenhuma tarifa seria devida”.

Trump, citando preocupações com a segurança nacional, colocou tarifas de 25% nas importações de aço e 10% nas importações de alumínio.

As tarifas sobre as importações de aço e alumínio da União Europeia, Canadá e México entraram em vigor em 1º de junho, e o secretário do Comércio, Wilbur Ross, disse, em 31 de maio, que foram feitos acordos com alguns países para estabelecer limites não-tarifários para as exportações dos dois metais para os Estados Unidos.

O governo brasileiro declarou à época que as cotas e tarifas dos EUA sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio eram injustificadas, mas que permanecia aberto para negociar uma solução.

As exportações brasileiras de aço semiacabado para os Estados Unidos estão sujeitas a cotas com base na média dos três anos de 2015 a 2017, enquanto os produtos de aço acabado serão limitados a uma cota de 70% da média dos três anos.

Nafta x Brasil – A renegociação do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) pode afetar negativamente as exportações brasileiras para o México, assim como modificar as condições do acordo bilateral que estava sendo rediscutido entre o país e o Brasil. A avaliação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

De acordo com o dirigente, o acordo pode atingir, principalmente, a indústria automotiva brasileira e de insumos para o setor, já que o México teria que produzir mais localmente e priorizar o comércio com os Estados Unidos. Cerca de 20% do que o Brasil exporta para o país é nesse setor, entre motores, partes e peças.

O tema foi lançado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou, no início da semana, que as negociações para o Nafta estavam sendo conduzidas entre seu país e o México, e que o Canadá pode se juntar posteriormente.

Segundo Castro, a participação do México nas exportações totais do Brasil é pequena, de 1,8%. “Mas é um mercado de manufaturados. O problema do Brasil é que temos mercado à vontade para commodities (produtos primários de exportação), mas não temos mercado de manufaturados. Então, temos que fazer de tudo para preservá-los”, explicou.

Até julho deste ano, o total das vendas brasileiras ao exterior chegou a US$ 136,5 bilhões. As vendas de produtos primários subiram 10,6% em relação ao mesmo período de 2017, as de produtos manufaturados aumentaram 6,6%, enquanto as exportações de bens semimanufaturados acumulam queda de 1,4% no ano.

Acordo com México – Além dos prejuízos causados pelo acordo Estados Unidos-México, o Brasil deverá rediscutir o seu próprio acordo com o México, que previa mais abertura de mercado no setor automotivo. “Esse acordo deverá ser rediscutido sob outra ótica, porque não basta querer abrir o mercado, agora há outras condições influenciando”, disse Castro.

O novo acordo para o Nafta ainda será submetido ao congresso dos dois países e a decisão deve sair em cerca de 90 dias. Entre as medidas, estão a elevação do conteúdo regional mínimo, de 62,5% para 75%, para a venda de automóveis sem tarifas, e a obrigatoriedade que alguns insumos de aço e alumínio para a indústria automotiva sejam comprados de países da América do Norte. (Reuters/ ABr)

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