Fusões agrícolas: busca por otimização e fortalecimento

18 de novembro de 2023 às 0h05

A arena do agronegócio brasileiro está fervendo com um aumento significativo nas fusões e aquisições (M&A). De acordo com relatórios da PwC Brasil, em 2023, houve um aumento de 30% nesses negócios, marcando uma tendência crescente nos últimos três anos. Esta ascensão é notável, especialmente quando contrastada com outros setores que viram uma diminuição de até 23% nas transações durante o mesmo período.

Dos meses de janeiro a setembro de 2023, 65 operações de M&A marcaram a indústria agrícola. Empresas de máquinas e sementes dominaram, representando 66,07% dessas operações. Elas foram seguidas por empresas de tecnologia (16,07%), consumo (5,36%) e químicos (3,57%).

Foi observado nos relatórios que “A profissionalização dos negócios rurais, recordes de produção e o financiamento privado têm sido catalisadores deste crescimento”. também acrescentou que as empresas nacionais estão gradualmente substituindo multinacionais, destacando o vigor do agronegócio brasileiro.

No entanto, o cenário global e local apresenta desafios. Disputas comerciais internacionais, juntamente com a instabilidade econômica e política brasileira, têm causado ondas no agronegócio. Um segmento particularmente afetado é o de distribuição de insumos agropecuários. Após uma série de fusões entre grandes produtores, o foco mudou para o setor de distribuição. Com a consolidação, as empresas buscam otimizar operações, expandir o alcance e fortalecer suas posições financeiras.

Os distribuidores de insumos ocupam uma posição vital no agronegócio brasileiro, com estatísticas da ANDAV indicando que quase metade das propriedades rurais é atendida por este setor, resultando em um faturamento expressivo. Nesse contexto, o propósito das fusões e aquisições é aprimorar as operações dos distribuidores.

Ao expandir sua área de influência e diversificar sua base de clientes, eles buscam não apenas otimizar suas operações, mas também fortalecer sua posição financeira. Esse fortalecimento permite aos distribuidores melhorarem sua capacidade de negociação com fornecedores, garantindo preços mais atraentes em compras à vista e oferecendo condições de venda mais benéficas para os agricultores.

O futuro parece promissor, mas também desafiador. Os distribuidores precisarão diversificar e expandir seus serviços para se adaptar a um mercado em rápida transformação. A incorporação de novas tecnologias, serviços agronômicos e opções de negócios alternativas são apenas algumas das estratégias que podem ser adotadas para enfrentar os desafios futuros.A solidez financeira torna-se ainda mais crucial quando observamos o crescimento da inadimplência entre os produtores rurais.

Segundo estatísticas do Banco Central, a taxa de inadimplência para créditos concedidos a produtores rurais individuais mais que duplicou em um período de cinco anos, atingindo 2,8% em 2018. Além disso, houve um aumento nos pedidos de recuperação judicial entre agricultores. Apenas no Mato Grosso, foram registrados nove casos no último ano, representando a maior quantidade anual desde 2015, conforme dados da Serasa.

Em conclusão, enquanto o setor de agronegócio brasileiro vê um aumento nas fusões e aquisições, é essencial que as empresas se adaptem e inovem, garantindo um futuro sustentável e próspero para o setor.

*Consultor de M&A

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