Indicadores apontam para estabilidade do mercado de trabalho

Especialistas não esperam movimentações significativas após a taxa de desocupação em Minas atingir 5,8%

17 de fevereiro de 2024 às 5h17

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Efetivação da mão de obra temporária no comércio em janeiro deve impactar os indicadores | Crédito: Alisson J. Silva

O desemprego em Minas Gerais caiu, no ano passado, para um patamar considerável. A taxa de desocupação do Estado ficou em 5,8%, o menor nível desde 2012, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para os próximos meses, contudo, os indicadores da entidade já apontam para uma estabilidade do mercado de trabalho mineiro.

Essa tendência é observada a partir dos últimos dados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Entre outubro e dezembro de 2023, a taxa de desemprego do Estado foi de 5,7%, um percentual pequeno, porém estável em relação aos três meses anteriores (6%). A mesma dinâmica ocorreu no terceiro trimestre com o segundo (5,8%)

O coordenador do levantamento em Minas Gerais, Humberto Sette, explica que, no ano de 2014, um aumento progressivo da desocupação iniciou no Estado, na época em que o Brasil entrou em recessão econômica. No entanto, por volta de 2016, a taxa se estabilizou e começou a declinar, ainda que em patamares moderados. Essa sequência, entretanto, foi interrompida pela pandemia. 

Com a retomada da economia brasileira, em meados de 2021, o mercado de trabalho mineiro voltou a impor um forte ritmo de queda no desemprego até atingir os índices atuais e começar a desacelerar no segundo semestre do último exercício. Para Sette, do ponto de vista momentâneo, o que se vê é uma taxa se estagnando em níveis baixos, mas é preciso aguardar o resultado do primeiro trimestre deste ano para ter certeza que está se aproximando de uma estabilização.

“É difícil prever porque depende de fatores econômicos. Não há nenhum cenário no momento que nos leva a pensar em uma piora econômica. O cenário que enxergamos é de estabilidade. A princípio, espera-se isso, a não ser que a gente tenha algum evento inesperado”, ressalta, realçando que a desocupação regressou para patamares significativos de uma década atrás. 

Taxa de desocupação deve ficar estável mesmo se houver mais esforços para diminuí-la

Ao analisar o futuro do mercado de trabalho mineiro, o coordenador de Ciências Contábeis da Estácio Venda Nova, Alisson Batista, também enxerga uma estabilidade para a desocupação do Estado nos próximos meses. Para ele, haverá tanto novas entradas quanto saídas, equilibrando a taxa, o que tende a resultar pelo menos em um fator promissor: a não elevação do desemprego. 

O gestor acadêmico realça que, geralmente, no período pós-fim de ano, os colaboradores contratados em vagas temporárias são dispensados e há um aumento na desocupação, o que não está acontecendo nesse início de 2024. Segundo Batista, o comércio de bens e serviços está favorecendo esse movimento, além de ser preciso levar em conta a baixa procura por emprego de uma geração nova, que não está interessada em ingressar rapidamente no mercado de trabalho. 

Do mesmo modo, ele destaca que o momento aquecido da economia brasileira cria mais oportunidades de empregos e “puxa” a população que deseja trabalhar, seja por necessidade, para ter mais renda ou para aproveitar a ocasião e ter uma nova área de atuação. Em contrapartida, ele pondera que existem os desocupados por opção e que não adianta aumentar os esforços plurais em prol da diminuição da taxa de desemprego porque não surtirão os efeitos esperados. 

“Os esforços já são realizados. Injetar mais recursos neles, não significa que vai diminuir tanto a taxa de desocupação para menos do que ela já está”, pondera, citando o Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Sistema Nacional de Emprego (Sine) e outras iniciativas das esferas municipais, estaduais e federais para facilitar o ingresso dos desocupados no mercado de trabalho. 

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