Nova Lima atrai investimentos em inovação

26 de julho de 2018 às 0h00

Localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o município de Nova Lima quer se tornar um dos principais polos de inovação do Estado. Apesar de ainda ser economicamente dependente da atividade de extração mineral, a cidade vem “trocando de ares” com a atração de empresas de tecnologia e startups. O município, que já abriga grandes empresas como a indústria de insulina Biomm e hubs de inovação como a Atmosphera e os recém-inaugurados Açolab e Biotech town, ganha notoriedade por oferecer incentivos fiscais e um extenso plano de ação para o setor, que inclui medidas práticas, como a criação de um fundo de investimento e uma incubadora da cidade. Todo esse incentivo é uma resposta à própria vocação da cidade, conforme explica a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda de Nova Lima, Clausy Gomes. Segundo ela, o prefeito do município, Vitor Penido de Barros, iniciou seu mandato, no ano passado, com o desenvolvimento de um estudo sobre os potenciais econômicos da cidade. O setor de tecnologia foi um dos que apareceram no levantamento. “Nova Lima era conhecida apenas por sua atividade de mineração e não queremos que essa seja a única marca da cidade. Nosso trabalho segue na linha de reposicionamento econômico do município a fim de dar autonomia à cidade em relação à mineração”, explica. Ela explica que a prefeitura passou a atuar sob a lógica de uma “Zona Limpa de Desenvolvimento”. A ideia é desenvolver uma série de ações para atrair empresas de tecnologia e inovação, que geram desenvolvimento sem causar tanto impacto ambiental. Entre os incentivos para as empresas do segmento está a cobrança mínima do Imposto Sobre Serviços (ISS), de 2%. Em Belo Horizonte, por exemplo, esse imposto é de 2,5%. Além disso, a prefeitura investiu R$ 600 mil na contratação de uma consultoria para a estruturação do sistema municipal de inovação. De acordo com a secretária, até o fim do ano, será divulgado um plano de ação de incentivo ao setor. Entre as medidas que devem ser apresentadas está a criação de um fundo de investimento com recursos municipais e uma incubadora municipal para apoio de startups. “Também vamos criar um conselho de inovação na cidade para fazer as decisões de investimento em tecnologia e inovação de forma democrática. Esse conselho terá a presença de representantes da prefeitura, da comunidade, de empresas do setor e da universidade”, completa. Outra intenção da secretaria é propor à Câmara Municipal um projeto de lei para devolução de parte do ISS para as empresas que investem em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Quadro atual – De acordo com Clausy Gomes, Nova Lima tem mais de 70 empresas de tecnologia e inovação. Entre as mais importantes está a indústria de insulina Biomm, e a Suplimed, especializada em equipamentos oftalmológicos. Além disso, a cidade também tem atraído hubs de inovação, como a Atmosphera, que apoia startups de diferentes segmentos. “Estamos empenhados em criar um ambiente de segurança jurídica para atrair cada vez mais empreendimentos. A capital mineira está saturada em relação a espaço físico, então a Nova Lima se torna a solução mais próxima e ainda oferece qualidade de vida”, frisa. PROJETOS ABREM ESPAÇO PARA STARTUPS NA CIDADE A cidade também tem se destacado na atração de startups. Neste mês, dois grandes empreendimentos que trabalham com esse modelo de empresa foram inaugurados na cidade. Um deles é o Açolab, hub de inovação criado pela ArcelorMittal para apoiar startups no segmento do aço e de sua cadeia de valor. O empreendimento faz parte dos investimentos da empresa em inovação digital e em tecnologia da informação em aços longos, que somam R$ 30 milhões em 2018. De acordo com a gerente-geral de RH, Investimento Social, TI e Inovação Digital da ArcelorMittal América Central e do Sul Aços Longos, Paula Harraca, a estratégia do Açolab segue a ideia de inserção em um ecossistema de inovação pulsante como o de Nova Lima. O centro fica em um espaço de 320 metros quadrados dentro do prédio da Atmosphera. “Startups chegam com um olhar novo e podem contribuir muito. Escolhemos Nova Lima porque a cidade tem se destacado com um hub de inovação. Poderíamos ter construído esse centro dentro de algum prédio da Arcelor, mas decidimos fazer esse movimento até as startups, em vez de ficar esperando que elas viessem até nós”, frisa. Outro empreendimento atraído para o município este mês é Biotech Town, primeiro centro de desenvolvimento de negócios em biotecnologia e ciências da vida no Brasil. Desenvolvido pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), por meio da Fundep Participações (Fundepar), e pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), o centro terá 2.100 metros de área construída e R$ 35 milhões de investimento. A proposta do Biotech Town é oferecer suporte a empresas do setor de biotecnologia, desde o desenvolvimento do produto, passando pelo registro, produção inicial até a inserção dos produtos no mercado nacional e internacional. O centro tem potencial de faturar cerca de R$ 200 milhões por ano, além de gerar renda para o Estado em cifras muito superiores. A cidade também tem atraído até quem já estava instalado em Belo Horizonte, como é o caso da startup conta.Mobi, que oferece uma solução que funciona como uma alternativa às contas em bancos tradicionais. De acordo com o fundador, Ricardo Capucio, a sede da empresa ficava no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul da Capital, mas, há um ano, ele se mudou para o prédio da Atmosphera em Nova Lima. “Fomos para Nova Lima por causa da expansão dessa região na área de inovação e também porque o governo municipal tem incentivos fiscais atrativos, além de ações de apoio ao empreendedorismo”, diz.

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