PIB 2023: especialistas avaliam desempenho da economia nacional

O setor de agropecuária foi o grande destaque no PIB nacional, com alta de 15,1%

1 de março de 2024 às 20h19

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Crédito: Adobe Stock

Especialistas avaliam como positivo o crescimento de 2,9% apresentado pelo Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023. A soma das riquezas produzidas pelo País fechou somou R$ 10,9 trilhões no ano que fechou. Para eles, o desempenho da economia ficou acima das expectativas, e foi influenciado, principalmente, pelo desempenho apresentado pelas commodities e pelo consumo das famílias.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentre os grandes setores, o que mais se destacou na economia nacional foi a agropecuária, com alta de 15,1%. O setor de serviços foi outro importante destaque para a economia do Brasil, com alta de 2,4% em 2023. A indústria fechou o ano com uma variação positiva de 1,6%, puxada pelo segmento extrativo (8,7%) que, por sua vez, foi impulsionado pela maior produção de petróleo e minério de ferro.

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), João Gabriel Pio, avalia que o crescimento foi influenciado, principalmente, pelo desempenho apresentado pelas commodities e pelo consumo das famílias. No entanto, ele também alerta para a performance apresentada pelos investimentos em Formação Bruta de Capital Fixo – que engloba máquinas, equipamentos, construção civil e inovação -, com queda de 3%. “Este declínio representa uma preocupação, pois compromete o crescimento do país a médio e longo prazos”, aponta.

Ele destaca ainda que o bom desempenho apresentado pela agropecuária foi motivado pela safra recorde de grãos, principalmente, de soja e milho. “Enquanto isso, a indústria extrativa se beneficiou da recuperação econômica global, resultando em um aumento na extração de petróleo, gás natural e minério de ferro”, completa.

Já o sócio da Equus Capital, Felipe Vasconcellos, destaca que o desempenho do agronegócio foi o maior resultado desde o início da série histórica, em 1996. “Eu costumo brincar que o Brasil é uma grande fazenda e que o resto das atividades que se desenvolvem no País são um ‘acidente’. Novamente, o agronegócio puxou o bom resultado do PIB”, avalia.

Ele explica que o resultado do PIB aumentou as expectativas de que o movimento continue em 2024. Porém, Vasconcellos pondera que para sustentar esse crescimento da economia, é preciso dar continuidade à política de expansão do Banco Central (BC), sem perder o foco no controle da inflação.

Relação PIB, economia e governo

O CEO da Smart House Investments, André Colares, ressalta que o resultado do PIB nacional demonstra que o temor em relação ao novo governo e a economia estão se dissipando e mostrando que o País, apesar das dificuldades, está conseguindo apresentar crescimento.

“Todo este cenário reforça a tese de que o Banco Central continuará cortando os juros e podemos encerrar o ano com a Selic em 9%. Este fator pode ser o principal impulsionador do Ibovespa em 2024 e 2025”, afirma. O especialista ainda avalia que o resultado divulgado pelo IBGE demonstra que o setor agrícola tem aumentado sua relevância na economia brasileira.

Mercado de trabalho e estimativas para a economia em 2024

Quanto ao mercado de trabalho, Gabriel Pio relata que, assim como no próprio PIB, as estimativas no início de ano eram abaixo do apresentado, devido à política monetária restritiva. “No entanto, de fato, o mercado de trabalho tem demonstrado resultados muito positivos, com aumento da ocupação e da massa salarial real. O forte estímulo fiscal do governo é um dos fatores que ajudam a explicar essa performance”, ressalta. O mercado de trabalho aquecido, as transferências de renda e o arrefecimento da inflação impulsionaram o consumo das famílias (3,1%).

As projeções para 2024, segundo o economista-chefe da Fiemg, apontam para um crescimento mais moderado. De acordo com o especialista, o ótimo resultado da safra agrícola observado em 2023 não deve ocorrer neste ano. “O que pode resultar em um estímulo reduzido para os setores relacionados à agropecuária, como transporte e equipamentos agrícolas”, completa.

Porém, a expectativa é de que a redução das taxas de juros, o mercado de trabalho aquecido e as transferências de renda contribuam positivamente para o PIB deste ano.

De acordo com a Fiemg, a indústria brasileira deve apresentar desempenho moderado, com recuperação parcial do segmento da construção e avanço menos expressivo no segmento extrativo. “Com base nesses fatores, esperamos um crescimento em torno de 1,9%”, calcula o economista chefe da instituição.

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