Produtores de leite unem forças em Ituiutaba

31 de janeiro de 2020 às 0h05

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Crédito: Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Investir em uma atividade e não ter seus produtos valorizados pelo mercado é uma realidade para muitos produtores. Uma opção para vencer esse obstáculo é a união de forças. Sabendo disso, produtores de leite do município de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, decidiram se organizar para receber um valor melhor pelo produto que oferecem.

A reclamação era geral entre os pecuaristas com relação ao valor pago pelo litro de leite na região. “A receita da atividade corresponde em média a 80% da renda das famílias, daí justifica-se tal desânimo do grupo”, diz o extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) Rodrigo Esteves de Melo.

Orientados pela Emater-MG, eles formaram a Associação dos Produtores de Leite do Córrego do Açude e Região (Açuleite). A Emater-MG e a prefeitura auxiliaram na constituição legal da associação, que logo firmou um contrato com um laticínio, tendo como referência o preço médio segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) para o Triângulo Mineiro. Pelo acordo, os produtores recebem R$ 0,30 a mais do que antes por cada litro de leite.

Os pecuaristas recebem toda assistência técnica da Emater-MG para a produção de um leite de qualidade. “Os produtores estão mais otimistas em relação ao futuro de suas famílias na propriedade, sendo que, para alguns, antes da formação do grupo, o abandono da atividade já era uma opção”, relata o extensionista.

Os bons resultados atraíram a atenção de outros produtores e, hoje, o grupo conta com 43 membros. “Os resultados não se medem apenas em valores monetários, houve uma maior conscientização das famílias em relação à importância de ações coletivas, tanto no âmbito social, ambiental e cultural”, ressalta o técnico da Emater-MG.

Valorização – A veterinária Maria Nabulssi Nogueira ajuda o pai, Paulo Nogueira, a cuidar da produção de leite da família, no Córrego do Açude. Eles fazem parte da Açuleite. Segundo Maria Nogueira, em muitos casos, os laticínios valorizam mais os grandes produtores. “A gente recebia menos. Eles não têm interesse de comprar do pequeno, então pagam menos. Mas o pequeno produtor muitas vezes tem mais gastos do que os grandes”, diz a veterinária.

Para ela, a formação da Açuleite só apresenta pontos positivos, começando pelo melhor valor pago pelo leite dos produtores da associação. “Faz muita diferença para gente. Nós trabalhamos com uma margem de lucro muito pequena. Esse pouco, R$ 0,30 a mais por litro de leite, é muito para nós”, conta Maria Nogueira.

Ela ainda ressalta que, após a criação da Açuleite, os produtores se fortaleceram e têm mais representatividade para reivindicar seus direitos e melhorias para a comunidade. (Com informações da Emater-MG)

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