PSB apoiará Haddad no 2º turno

10 de outubro de 2018 às 0h01

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A Executiva Nacional do PSB liberou o posionamento dos diretórios de São Paulo e DF - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom

Brasília – Os integrantes da Executiva Nacional do PSB decidiram ontem que a sigla apoiará oficialmente Fernando Haddad, do PT, no segundo turno da eleição presidencial. Os diretórios do Distrito Federal e de São Paulo, no entanto, foram liberados para se posicionarem de forma independente.

Ao anunciar a decisão, o presidente da sigla, Carlos Siqueira, afirmou, no entanto, que o partido cobrará de Haddad a formação de uma frente democrática envolvendo, além de partidos políticos, atores da sociedade civil.

“No momento difícil que vive o País, queremos que a candidatura se transforme em uma frente democrática. Não estamos apoiando o candidato do PT, mas sim quem vai liderar essa frente para defender a democracia”, afirmou Siqueira.

O partido deverá ainda entregar a Haddad um documento com pautas programáticas. De acordo com o presidente do partido, o PT não pediu apoio formalmente. “Estamos nos posicionando porque é a obrigação de um partido que tem vida republicana”, disse.

O apoio do PSB era considerado pelo PT como fundamental para impulsionar a candidatura do partido no segundo turno e angariar forças contra o adversário, Jair Bolsonaro (PSL).

Na manhã de ontem, Haddad havia dito que é preciso fazer uma “recomposição de campo”. O ex-prefeito de São Paulo lembrou também do apoio do PDT e do Psol e ressaltou que, neste momento, ninguém está discutindo a definição de cargos em um eventual governo.
Haddad, no entanto, também espera um apoio formal do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que disputa a reeleição no segundo turno. O candidato afirmou que prefere manter a neutralidade.

A cúpula do partido acatou a vontade de França e do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que também disputa a reeleição no segundo turno. Os dois estão em estados onde Bolsonaro tem amplo apoio e uma declaração pública a favor de Haddad poderia prejudicá-los.

“Decidimos que São Paulo e o DF poderão examinar suas coligações e definir qual posição irão querer adotar. Temos confiança absoluta neles e eles precisam ter liberdade para conduzir suas candidaturas”, afirmou Siqueira.

Questionado sobre se um dos dois candidatos poderia acabar apoiando Bolsonaro, Siqueira repetiu que confia em seus correligionários. O PSB também disputa eleições regionais no Amapá, com João Capiberibe, e em Sergipe, com Valadares Filho.

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Ciro Gomes – Haddad, fez um aceno ontem, a Ciro Gomes (PDT), que teve 13,3 milhões de votos no primeiro turno da eleição presidencial. Para o candidato, os programas do PT e de Ciro estão muito afinados. “As diretrizes são as mesmas. Não há incompatibilidade entre nossos programas. Nós defendemos a soberania popular, nacional, e eles também. Não há muita dificuldade em dar um passo adiante”, afirmou o petista, após reunião com governadores do Nordeste.

Haddad afirmou também que na última segunda-feira recebeu o ex-ministro Roberto Mangabeira Unger, conselheiro de Ciro, e afirmou a ele que estaria aberto a receber propostas. “Aproveito aqui para mandar um abraço ao Ciro Gomes, um democrata que se comprometeu em lutar contra o fascismo. Ele tem uma longa trajetória de serviços prestados ao povo brasileiro”, disse.

Haddad afirmou ainda que, como professor, é “curioso para aprender e generoso para ensinar”. “Esta característica me fiz a todo tempo rever posições, como no caso da Constituinte”, afirmou. Foi uma resposta pública à proposta do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que cobrou dele um gesto ao mercado financeiro.

Na reunião com os governadores nordestinos, Haddad propôs ainda a atuação nacional da Polícia Federal contra o crime organizado, um problema amplamente relatado pelos políticos da região. O petista disse também que vai incluir no programa a proposta de ampliação de policlínicas.

O candidato do PT afirmou também que, diferente do concorrente Jair Bolsonaro (PSL), ele cultiva a “democracia, e não uma tradição autoritária”. Na última segunda-feira, Haddad pediu o apoio de Bolsonaro para não disseminarem notícias falsas. Na sequência, via Twitter, o capitão da reserva chamou o petista de “canalha”.

Na coletiva, Haddad disse ainda que pretende expor a diferença com Bolsonaro. “Nós vamos manter a linha propositiva, mostrar a inconsistência e a incoerência das propostas dele. Nossa única arma vai ser o argumento”, afirmou. (AE)

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