Setor Elétrico: EDP inaugura usina solar no Sul de Minas

19 de janeiro de 2021 às 0h24

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Crédito: Divulgação/EDP

A elétrica EDP Brasil concluiu mais um projeto de usina solar em Minas Gerais. Dessa vez, o empreendimento de R$ 2,2 milhões, visa atender parte das unidades da Smart Fit, maior rede de academias da América Latina, e foi construído no município de Sacramento, no Sul do Estado. A instalação vai gerar 1.699 megawatts-hora (MWh) por ano, energia capaz de atender cerca de 707 residências no mesmo período.

Este é mais um negócio da divisão EDP Smart, braço da companhia responsável pela implementação de projetos solares para fornecimento de energia renovável a clientes comerciais e residenciais. Desde 2017, a empresa já negociou 58,9 megawatts-pico (MWp) em projetos de energia solar – 28,1 MWp já instalados e 30,8 MWp em desenvolvimento. 

De acordo com o diretor da EDP Smart, André Pereira, a partir dos acordos, que no caso da Smart Fit terá duração de dez anos, a EDP se torna responsável pela construção, operação e manutenção dos sistemas. Assim, a elétrica cuidará de toda operação do empreendimento, que abastecerá sete unidades da rede.

“Eles não precisam se preocupar com nada, apenas em usufruir da redução de 24,3% na conta de energia (desconsiderando os impostos). Para uma academia desse porte, desconto bastante significativo”, destacou. 

André Pereira | Crédito: Divulgação/EDP
André Pereira | Crédito: Divulgação/EDP

Quanto à aderência de novas unidades ao processo, Pereira afirmou que a EDP está sempre em busca de soluções para os clientes. E lembrou que além da redução dos custos, graças ao projeto, as sete unidades da academia terão fornecimento de energia 100% solar, o que evitará a emissão de 127 toneladas anuais de CO2, o equivalente ao plantio de 705 árvores. 

BB – Dentro da mesma proposta, em 2020, a EDP também fez a entrega de uma usina de energia solar na modalidade geração distribuída para o Banco do Brasil (BB) no Estado. O empreendimento, localizado no município de Porteirinha, no Norte de Minas Gerais, tem capacidade instalada de 6,5 megawatts-pico (MWp) e vai garantir o fornecimento de energia renovável para 100 agências mineiras.

A instalação vai permitir à instituição economizar R$ 80 milhões ao longo de 12 anos. Ao todo foram 19 mil painéis solares instalados, com capacidade de geração de 14 mil MWh por ano. Além disso, o empreendimento vai possibilitar uma redução de 58% na conta de energia das agências do banco em Minas Gerais.

Já em 2019, outro destaque de entrega em solo mineiro ocorreu em Itacarambi, também no Norte do Estado, para a administradora de shopping centers, Multiplan. Ao todo, duas usinas com capacidade total de 8,33 MWp, foram construídas mediante aportes de R$ 30 milhões. Concebido na modalidade de autoprodução, ele será responsável por 100% do abastecimento energético do VillageMall, localizado no Rio de Janeiro, e proporcionará uma economia anual de R$ 5,5 milhões ao shopping, ou R$ 55 milhões ao longo de dez anos.

Destaque – Sobre a atuação da EDP em Minas, Pereira lembrou que o Estado tem lugar de destaque no cenário nacional quando o assunto é energia solar, em virtude da concessão de benefícios, bem como abundância de terras, boa incidência solar e uma distribuidora com cobertura de todo o Estado.

“Dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) mostram que Minas Gerais é o Estado que mais produz energia elétrica por meio de usinas fotovoltaicas de micro e minigeração no País. Nos nossos negócios não seria diferente e o Estado responde por 18% das operações na EDP Smart e temos buscado cada vez mais novos clientes e prospectando novos projetos em Minas para expandir a presença nesse mercado”, finalizou.

Cefet-MG desenvolve tecnologia para baratear a geração solar

CEFET / CAMPUS BH CRÉDITO: DIVULGAÇÃO
CEFET / CAMPUS BH CRÉDITO: DIVULGAÇÃO

Pesquisadores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) desenvolveram uma tecnologia em vistas de melhorar a eficiência e a confiabilidade, bem como reduzir o custo dos sistemas fotovoltaicos e tornar a tecnologia mais acessível. A pesquisa propõe uma estratégia de controle de inversores para aumentar a vida útil dos sistemas e, em longo prazo, torná-los mais viáveis. 

De acordo com o professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEL), Allan Cupertino, é sabido que a vida útil dos inversores é afetada, principalmente, pela temperatura de operação dos seus componentes. Dessa forma, a técnica proposta busca reduzir a temperatura de operação do inversor, minimizando as perdas.

“Durante a vida útil do sistema, pode ser necessário substituir o inversor duas ou três vezes, o que eleva o custo total do investimento e afeta a viabilidade dos sistemas fotovoltaicos. A redução dos custos operacionais e de manutenção tornam a energia elétrica mais barata”, explicou.

Algumas soluções para estender a durabilidade de inversores podem ser encontradas na literatura, mas a maioria das propostas exige modificações físicas e novo design. Neste sentido, o trabalho é inovador ao propor modificações no software de controle do inversor. 

A técnica foi testada em um inversor fotovoltaico comercial de 1.5 kWb e a performance do equipamento, segundo o professor, foi satisfatória em comparação com a estratégia de controle convencional. Além disso, a redução do estresse térmico do equipamento resultou em uma redução em 62% da probabilidade de falha do inversor para quase 30 anos de operação. 

“A pesquisa pode ser utilizada para aumentar a eficiência, reduzir a probabilidade de falha e proporcionar inversores fotovoltaicos com maior tempo de vida. O custo dos sistemas fotovoltaicos é reduzido em longo prazo, enquanto há um aumento da acessibilidade dessa fonte de energia aos setores com menor poder aquisitivo”, ressaltou.

A pesquisa resultou em publicação de um artigo no periódico IEEE Transactions on Power Electronics, revista internacional de grande impacto na área. O artigo Minimum dc-link voltage control for efficiency and reliability improvement in PV inverters é de autoria do estudante João Marcus Callegari, do professor Allan Cupertino, Victor Ferreira, do Chair of Power Electronics, Kiel University, Alemanha, e do professor Heverton Augusto Pereira da UFV e PPGEL.

Crescimento – A proposta torna-se ainda mais interessante ao analisarmos dados do crescimento do mercado de energia solar no Brasil e no mundo. Pesquisas da pesquisas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por exemplo, revelam que a energia solar liderou a expansão da matriz elétrica brasileira em 2020. 

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), em 2020 a capacidade instalada saltou de 4,6 GW para 7,5 GW, puxada por um aumento de 2,2 GW só da chamada geração distribuída – a partir de sistemas instalados em telhados, fachadas de edifícios e pequenos terrenos, por exemplo. A previsão é que o número alcance 12,6 GW neste ano, também impulsionado pela autogeração.

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