Setor público consolidado fecha setembro com déficit de R$ 20,5 bi

1 de novembro de 2019 às 0h03

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Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

Brasília – O setor público consolidado brasileiro registrou um déficit primário de R$ 20,541 bilhões em setembro, melhor que o esperado, em um mês também marcado por redução da dívida bruta pela devolução de recursos do BNDES e atuação do Banco Central (BC) no câmbio.

Em pesquisa Reuters, a expectativa de analistas era de um déficit de R$ 24 bilhões para o mês.

Sozinho, o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) apresentou déficit de R$ 20,631 bilhões no período, menor que o rombo de R$ 24,292 bilhões de igual mês do ano passado, divulgou o BC ontem.

Na quarta-feira (30), o Tesouro atribuiu a melhora a um incremento nas receitas este ano por conta do recebimento de dividendos de bancos públicos. Enquanto isso, os governos regionais tiveram déficit de R$ 170 milhões em setembro, ao passo que as empresas estatais registraram superávit de R$ 261 milhões. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o déficit do setor público consolidado foi a R$ 42,491 bilhões, também melhor que o rombo de R$ 59,321 bilhões de igual etapa de 2018. Em 12 meses, o déficit primário alcançou R$ 91,428 bilhões, equivalente a 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o ano, a meta é de um rombo primário de R$ 132 bilhões, sexto resultado consecutivo no vermelho.

Dívida – Em setembro, a dívida bruta, considerada o principal indicador de solvência fiscal do País, caiu a 79,0% do PIB, antes 79,8% em agosto e expectativa de analistas de que seguiria neste mesmo patamar.

Segundo o BC, o movimento refletiu resgates líquidos de dívida do governo geral (que geraram redução de 1,0 ponto percentual na relação dívida/PIB), crescimento do PIB nominal (redução de 0,2 ponto) e incorporação de juros nominais (aumento de 0,4 ponto).

Segundo o chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, os resgates líquidos foram puxados pela devolução de R$ 40 bilhões do BNDES ao Tesouro no mês e pelas operações do BC no mercado de câmbio.

“A intervenção no câmbio significa que o Banco Central vendeu dólares, enxugou liquidez na economia. Então reduziu a necessidade de operações compromissadas para enxugamento da liquidez”, afirmou ele, acrescentando que o impacto desse movimento na dívida foi de cerca de R$ 36 bilhões no mês – efeito próximo, portanto, à devolução do BNDES.

A dívida líquida, por sua vez, subiu a 55,3% do PIB em setembro, contra 54,8% em agosto e estimativa de mercado de 55%.

Na quarta-feira, o Tesouro ponderou que o Brasil tem uma dívida pública elevada para um país de renda média e indicou que esse patamar seguirá subindo. A perspectiva é de aumento da dívida bruta até 81,8% do PIB em 2022, quando enfim começará a ceder.

Por outro lado, por conta dos juros básicos mais baixos, o Tesouro reconheceu que o esforço necessário para fazer a dívida cair acaba sendo menor. (Reuters)

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